- #1. O Sol é para Todos (To Kill a Mockinbird) EUA 1963

Esqueça qualquer preconceito com filmes em preto e branco. Quando o assunto é luta contra o racismo, essa adaptação do romance homônimo de Harper Lee continua impactante. O advogado idealista Atticus Finch (Peck) aceita defender um homem negro (Peters) injustamente acusado de estuprar uma mulher branco no estado do Alabama, no sul estadounidense. O livro, em tom autobiográfico, ganhou o Pulitzer e 3 Oscars, incluindo melhor ator para Gregory Peck.
- #2. Mississipi em Chamas (Burning Mississipi) EUA 1989

Em 1988, o cineasta Alan Parker adaptou a história real do assassinato de três ativistas na região do Mississipi, região sob o domínio da Ku Klux Khan. Gene Hackman e Willem Dafoe interpretam os agentes federais encarregados da investigação que levou à criação da Lei dos Direitos Civis. Indicado para 7 Oscars, venceu o de melhor fotografia para Peter Biziou.
- #3. Infiltrado na Klan (BlackKlansman) EUA 2018
Spike Lee possui toda uma filmografia respeitável defendendo o respeito étnico, e que atravessa décadas. A corajosa história do detetive Ron Stallworth (Washington) que, com a ajuda do policial branco Flip Zimmerman (Driver), conseguiu se infiltrar na famigerada Ku Klux Khan, e assim desbaratar um de seus braços. O filme foi realizado durante a administração Trump, e tornou-se um eco de denuncia da proliferação do ódio racial. O resultado de 95 por cento de aprovação no Rotten Tomatoes juntou-se ao prêmio de melhor roteiro adaptado no Oscar 2019 e no BAFTA 2019, alem do Grande Prêmio no Festival de Cannes do ano anterior.
- #4. Histórias Cruzadas (The Help) EUA 2012

Adaptação do romance homônimo de Kathryn Stockett, o filme de Tate Taylor mostra o racismo sofrido por empregadas negras na casa de brancos em uma cidade do Mississipi dos anos 60. O filme reúne as fabulosas Viola Davis e Octavia Spencer, que levou Oscar, Globo de Ouro, SAG awards e BAFTA de melhor atriz coadjuvante em 2012. A história é pungente ao retratar o tratamento dado às empregadas negras que sacrificam suas próprias vidas para cuidar dos filhos de suas patroas brancas, sem ter qualquer reconhecimento. Embora a atriz Viola Davis tenha dito que se arrependera de ter feito o filme acusando a história de superficialidade (para atender a um público branco) , este tem seu valor como possibilidade de abrir uma discussão acerca do tema.
- #5. Acorrentados (The Defiant Ones) EUA 1958

Dois prisioneiros fugitivos (um branco e um negro) precisam superar o ódio racial para escaparem e conseguirem a liberdade à medida que atravessam campos, pântanos e florestas. Outro exemplo de um filme antigo com uma abordagem impactante do tema, realizado em uma época de explícita segregação racial nos Estados Unidos. Atuações fortes e envolventes de dois ótimos atores. Uma curiosidade: Foi Tony Curtis quem exigiu que o nome de Sidney Poitier aparecesse acima do dele, em destaque. Uma atitude tão admirável quanto o investimento dos dois atores em uma atuação física, visceral, e que troca o drama convencional por uma mensagem que ainda precisamos ouvir.
- #6. Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil – BRA 2016

O título se refere a Aloisio Silva, último sobrevivente do nazismo no Brasil, cuja infância na década de 30 foi destruída pela escravidão. O documentário denuncia que crianças negras eram retiradas do orfanato e levados ao trabalho forçado em uma fazenda no município de Campina do Monte Alegre. O filme escancara as relações de afinidade entre o governo Vargas e o Nazismo, e assusta por mostrar um episódio desconhecido por muitos na história do país.
- #7. Pantera Negra (Black Panther) EUA 2018

Nos anos 60, Stan Lee e Jack Kirby criaram o primeiro super herói das histórias em quadrinhos. Pena que tenha demorado tanto para que o personagem chegasse às telas. O saudoso Chadwick Boseman protagonizou um dos melhores filmes do MCU (Marvel Cinematic Universe) e ainda explorou a riqueza cultural africana sem se render à estereótipos. Um símbolo de honra e heroísmo eternizado pela saudação “Wakanda Forever”.
- #8. Luta Pela Justiça (Just Mercy) EUA 2017

Um advogado negro (Jordan) defende um homem acusado de assassinato, que aguarda sua execução. Além de discutir o sistema penal e a validade da pena de morte, o filme mostra como negros são desfavorecidos e desamparados dos direitos básicos quando a justiça fica nas mãos de supremacistas brancos. Baseado em fatos reais, narrados no livro “Just Mercy: A Story of Justice and Redemption” , o filme foi premiado pela Associação de Críticos Afro-Americanos, além de outros prêmios. Sua narrativa provoca e desperta discussões extremamente válidas.
- #9. Selma – Uma Luta pela Igualdade (Selma) EUA 2015

Falar de direitos civis e luta contra o racismo é falar no nome de Martin Luther King Jr. Sua luta defendendo o voto dos cidadãos afro-descendentes levou à uma marcha impressionante de Selma a Montgomery, no Alabama. Graças a esse movimento, o presidente Lyndon Johnson a assinar a Lei dos Direitos de Votos em 1965. O filme, dirigido por Ava DuVernay trouxe David Oyelowo é de um desenvolvimento emocionante ao retratar um dos maiores fatos históricos da luta por igualdade.
- #10. No Calor da Noite (In the Heat of the Night) EUA 1967

Um policial negro investiga um crime em uma cidade sulista, assessorado por um xerife racista, em um lugar onde a segregação é lei. Em uma determinada cena, um homem branco esbofeteia o policial negro (Poitier), que revida imediatamente, mas isto não estava no roteiro. O excelente ator disse então que não aceitaria ser esbofeteado por um branco, pois isto seria importante e simbólico para seus irmãos de cor, mostrar que “não precisamos aceitar humilhação de brancos”. Este thriller policial é um dos mais marcantes e deu a Poitier uma das falas mais emblemáticas da luta por respeito “Call me Mr.Tibbs”.
Mt bom !!!!
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Mt bom!!!
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Quando um filme com esse tema que se passa por décadas atrás se mostra tão atual, isso prova duas coisas:
Como o cinema livre e fundamental e que precisamos evoluir como pessoas.
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Excelente reseña, seguramente todos tenemos algunos films para incluir,Green Book e Django Libre entre otros.
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