6 COELHOS PARA A PÁSCOA

Por Adilson Carvalho

A tradição é de que os coelhos trazem os ovos de Páscoa, mas a cultura pop sempre teve um lugar reservado para nossos amigos dentuços. O escritor britânico Lewis Carroll (1832-1898) incluiu um coelho branco apressado com seu relógio de bolso nas páginas do clássico “Alice no País das Maravilhas” (Alice in Wonderland). Desde então vários coelhos deixaram sua marca não apenas na Páscoa, mas o tempo todo em nossa imaginação, e não precisa ser criança para se divertir com eles. Em 1950, James Stewart (1908-1997) conversava com um coelho gigante invisível no clássico “Meu Amigo Harvey” (Harvey), um roteiro de Mary Chase, jornalista premiada com o Pulitzer. Vamos relembrar outros 6 deles que estão sempre em nossa imaginação, mas não invisíveis:

O bordão “O que que há velhinho?” faz parte da infância de todos nós, sempre dito com o ar de deboche do personagem criado em 1940, o Pernalonga (Bugs Bunny). Incontáveis animações já foram feitas, e o coelho atrevido já jogou basquete em “Space Jam – O Jogo do Século” de 1996, e sua sequência “Space Jam – Um Novo Legado” (2021). Sua estréia foi no curta A Wild Hare (Uma Lebre Selvagem), clássico dirigido por Tex Avery. Pernalonga já recebeu até um Oscar de melhor curta metragem em 1958 por Knighty Bugs, sempre endiabrado e divertido.

Em 1989, a união dos estúdios Disney, Warner e Amblin (de Steven Spielberg) recriou uma Hollywood dos anos 40 em que os personagens dos desenhos são vivos e habitam a “Toonland”. Uma Cilada para Roger Rabbit é o resultado dessa “tour-de-force” em um filme que faz qualquer adulto voltar a ser criança de novo. Na história, o Roger Rabbit do título é uma estrela de curtas animados que se vê como principal suspeito do assassinato de Marvin Acme (Stubby Kaye), dono da empresa ACME, que supostamente estava tendo um caso com sua esposa Jessica Rabbit. A primorosa mistura de live-action com animação e ainda traz participações de peso como Betty Boop, Dumbo, Mickey Mouse e Pernalonga.

Coelhos podem ser excelentes oficiais da lei como Judy Hopps em “Zootopia“, uma cidade habitada por animais antropomorfizados. Trabalhando ao lado de Nick Wilde, uma raposa criminosa, Judy desvenda uma conspiração envolvendo altos escalões do governo. Sucesso de público e crítica, Zootopia venceu a categoria de Melhor Animação no Oscar de 2017, e deixou aquele gostinho de “Queremos sequência” que ainda não foi satisfeito.

Impossível não mencionar Sansão, o coelhinho da Mônica, criado pelo fantástico Maurício de Souza. Embora seja o alvo favorito das brincadeiras de Cebolinha e Cascão, estes sempre se dão mal. Sansão na mão da Mônica é sinal de divertidas coelhadas na garotada do bairro do Limoeiro. Com duas versões live actions (Turma da Mônica Laços de 2019 e Turma da Mônica Lições de 2021), o ótimo elenco está filmando uma série com os icônicos personagens de nossa infância para breve na Globoplay.

Outro

Outro coelho vindo de minha infância saiu da imaginação dos estúdios de Hanna-Barbera e assumiu o posto de xerife de uma cidadezinha do velho oeste. O Coelho Ricochete foi criado em 1964 para a TV, o personagem corria em alta velocidade (só se via um borrão), ricocheteando em objetos. Quando corria ele falava “Bing-Bing-Bing! Coelho Ricochete”. Para impor a lei e a ordem, contava com Blau Blau, um coiote lerdo e atrapalhado. Além da velocidade, o Coelho Ricochete tinha como arma secreta, balas especiais que sempre surpreendiam os vilões, enquanto o pobre Blau Blau sacava sua arma apenas para vê-la se desmanchar na frente dos malfeitores.

Se coelhos podem ser xerifes, policiais, porque não samurais. Criada por Stan Sakai na década de 1980, a HQ Usagi Yojimbo é extremamente popular e chegou a aparecer na série animada das “Tartarugas Ninjas” de 2012. A história conta as aventuras do coelho samurai Miyamoto Usagi no Japão feudal do século XVII, vivendo como um ronin e em em busca de vingança pela morte de seu antigo mestre.

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