Por Adilson Carvalho

Sua linda voz tem embalado gerações de cinéfilos. Nasceu Frances Ethel Gumm em 10 de junho de 1922, mais o mundo veio a conhecê-la e amá-la pelo nome artístico Judy Garland. Atriz, cantora, dançarina e artista de vaudeville estadunidense, considerada por muitos uma das principais estrelas cantoras da era de ouro de Hollywood dos filmes musicais. Foi recentemente vivida por Renée Zelwegger em uma excelente cinebiografia que focou no seus últimos dias, de uma vida iniciada nos palcos bem cedo, ainda aos 2 anos. Junto de suas irmãs se apresentava como as Irmãs Gumm até que o destino quis que Frances se tornasse Judy ao ser descoberta pela MGM ainda aos 13 anos. Atuou ao lado de Mickey Rooney em uma série de fitas até que Louis B. Mayer, o todo poderoso chefão da Metro, a escolheu para o papel de Dorothy no clássico “O Mágico de Oz” (1939). O estrelato já estava garantido, mas sua vida pessoal sempre foi sacrificada. Por exemplo, para manter sua imagem juvenil, ela era frequentemente apertada com um espartilho, no intuito de impedir que seus peitos aparecessem. Ouvia constantemente que não era bonita nem sexy. Reza a lenda de que abuso infantil era constante nos bastidores de seus filmes. Casou -se com David Rose aos 19 anos, com quem ficou por três anos.

Depois da icônica “Over The Rainbow“, emplacou “The Trolley song” aos 20 anos no clássico “Agora Seremos Felizes” (1944) dirigido por seu segundo marido, Vincent Minelli. Desse casamento, deu à luz a fantástica atriz Liza Minelli, mas a felicidade sonhada nunca esteve ao seu alcançe. Drogas e bebidas passaram a ser parte de sua rotina desde cedo, ainda que sua carreira levantasse altos vôos. Trabalhou com Gene Kelly em “O Pirata” (1948) e “Casa Comida & Carinho” (1950), com Fred Astaire em “Desfile de Páscoa” (1948). O Oscar sonhado, no entanto, só recebeu uma miniatura como homenagem por “O Mágico de Oz“. Nunca conseguiu um Oscar competitivo apesar de duas indicações: Em 1955 pela melhor versão de “Nasce Uma Estrela” e em 1961 como coadjuvante de luxo em “Julgamento de Nuremberg“. Às vésperas da premiação de 1955, Judy era esperada como a provável vencedora pelo público e críticos. Ela não pôde comparecer à cerimônia porque tinha acabado de dar à luz seu filho, Joseph Luft, então uma equipe de televisão estava no hospital com câmeras e equipamentos para a transmissão televisiva do discurso de aceitação antecipada. O prêmio ficou com, no entanto, por Grace Kelly. e o constrangimento dilacerou ainda mais o amor próprio da atriz. Judy, no entanto, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em um Musical pelo papel.
No final de sua vida, a estrela quase não tinha dinheiro, muito menos posses. Relata-se que ela passou por muitas dificuldades. A atriz morreu no dia 22 de junho de 1969, aos 47 anos, devido a uma overdose. No mesmo dia um tornado passou pelo Kansas, levando sua alma para muito além do arco-íris. Deixou esse mundo mas o marcou com a frase “Eu Poderia Continuar Cantando”, que deu nome ao seu último filme “I Could Go On Singing”, original de “Na Gloria a Amargura” (1963)