Por Adilson Carvalho

Jane Fonda tinha 28 anos, era seu nono filme, quando estrelou esse western satírico adaptado do romance “The Ballad of Cat Ballou“, de Roy Chanslor, publicado em 1956, que na verdade era um faroeste clássico, sem o tom cômico do roteiro de Walter Newman e Frank Pierson. A história é centrada na bela Catherine Ballou (Fonda) que, ao voltar para sua cidade natal, descobre que seu pai, o rancheiro Frankie Ballou (John Marley) está sendo ameaçado por uma empresa que quer desesperadamente sua terra. Quando ele é assassinado pelo implacável Tim Strawn (Lee Marvin), Cat busca aliados em busca de vingança, e contrata o famoso Kid Shelleen (Lee Marvin), que mal se aguenta em pé pois é um incorrigível bêbado.

O tom irônico da trama é acentuado pela narrativa cantada pelo excelente jazzista Nat King Cole (1919 – 1965), um menestrel transformando a história de Cat Ballou em versos musicados. O cantor estava doente durante as filmagens, pois sofria de câncer no pulmão, e veio a falecer em fevereiro de 1965. O filme foi indicado a cinco Oscars: melhor edição, melhor canção original, melhor trilha sonora, melhor roteiro adaptado e melhor ator para Lee Marvin, sendo este vencedor na categoria. Seu personagem chegou a ser oferecido a Kirk Douglas (1916 – 2020), mas ele recusou. Marvin faz uma paródia de sua persona de malfeitor em “O Homem Que Matou o Fascínora” (1962). Nos bastidores, Jane estava bastante incomodada pois almejava papéis mais sérios e desafiadores. Reza a lenda que Marvin veio a ofender o diretor Roger Vadim (1928 – 2000), o namorado francês de Mrs. Fonda. Em 1971, dois pilotos de série de Tv foram feitos pela NBC adaptando o livro de Chanslor, uma com Leslie Ann Warren, e outro com Jo Ann Harris, mas nenhum dos dois veio a ser aprovado.

O FILME ESTÁ DISPONÍVEL NA “OLDFLIX“, A PLATAFORMA DE STREAMING DOS FILMES CLÁSSICOS A PARTIR DE 9 DE AGOSTO.