Por Adilson Carvalho

A segunda temporada da série que adapta a hq de Joe Hill (Filho de Stephen King) e Gabriel Rodrigues trouxe algumas revelações e preparou o terreno para a terceira e derradeira fase que chega à Netflix. A ameaça de Dodge (Laysla de Oliveira) parece ter acabado, o que deixa os irmãos Locke com a guarda baixa, já que não desconfiam que ela não só está viva como também agora ocupa o corpo de Gabe (Griffin Gluck), que planeja criar uma nova chave capaz de dominar aqueles em que foi inserida. Enquanto Bode (Jackson Robert Scott), Kinsey (Emilia Jones) e Tyler (Connor Jessup) desfrutam de uma vida aparentemente normal, sua mãe Nina (Darby Stanchfield) inicia um relacionamento com o Professor Josh Bennet (Brendan Hines), que parece saber algo sobre o passado das chaves mágicas. Seu interesse no passado da gruta torna-se a ponte do roteiro para introduzir o vilão Frederick Gideon (Kevin Durand), que no passado foi o primeiro possuído pelo demônios da fenda dimensional. O início da temporada é morno no entanto, demorando para conduzir a trama ao momento que os irmãos descubram o plano de Dodge/Gabe. As muitas idas e vindas no tempo para mostrar a origem das chaves diluem demais a narrativa, embora o roteiro desenvolva melhor os personagens do Tio Duncan (Aaron Ashmore) e Eden Hawkins (Halle Jones). O romance entre Tyler (Connor Jessup) e Jackie (Genevieve Kang) também pouco contribui até o final dos primeiros episódios, quando o roteiro muda a direção conduzindo a uma tragédia que determinará o início da 3ª temporada.

Uma das partes mais emotivas desta temporada é o despertar das memórias de Duncan Locke (Aaron Ashmore), que é o único capaz de forjar novas chaves,. e por isso alvo das maquinações de Dodge/Gabe (Gluck). A volta de Ellie (Sherri Saum) acaba solto na trama, inserido de forma vazia de maiores explicações. A atuação do elenco é um fator a favor da segunda temporada, com os irmãos em especial Tyler (Jessup) em seu caminho de amadurecimento, Kinsey (Emilia Jones) dividida entre Gabe (Gluck) e Scott (Petrice Jones) e Bode (Jackson Robert Scott) ainda o mais esperto dos jovens Locke. A inglesinha Emilia Jones está se revelando uma atriz multi talentosa, tendo interpretado Ruby Rossi, a única ouvinte de uma família de surdo mudos no excelente “No Ritmo do Coração” (CODA), vencedor de 3 Oscars (Melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator coadjuvante para Troy Kotsur). Co o caminho aberto para a terceira temporada que estreia nesta quarta dia 10 de agosto na Netflix.