Por Adilson Carvalho

Uma das imagens mais icônicas dos anos 80 é a figura de Sylvester Stallone amarrando uma bandana na testa e empunhando uma metralhadora, protótipo do exército de um homem só. Hoje, aos 76 anos, Sly ainda é um ator símbolo do gênero ação e Rambo parece co-existir em meio a uma enxurrada de filmes de super-heróis, já que teve mais 4 sequências, tendo sido a última em “Rambo Até o Fim“, de 2019. O personagem chegou às telas há 40 anos em “Rambo – Programado Para Matar” (First Blood), dirigido por Ted Kotcheff. Na época, o ator reescreveu o roteiro, que já havia sido refeito 26 vezes a partir do livro de David Morell, publicado originalmente em 1972. O personagem do livro, no entanto, era um anti-herói, anti-social e paranóico, fruto da guerra do Vietnã, cujo primeiro nome sequer é mencionado. Um animal descontrolado sem qualquer semelhança com o físico ou o rosto de Stallone, que no filme faz de tudo para não matar ninguém. Também no livro não há a forte amizade entre Rambo e Samuel Trauttman (Richard Creena) ; este, segundo o autor incorpora o próprio Tio Sam enviando seu patriótico soldado para o inferno em nome de uma boa causa. O retorno dos veteranos ao lar mostrou-se uma caixa de traumas, tal como Pandora, aberta em sua reintegração ao país que serviram. Vários filmes mostravam esse calvário como “Amargo Regresso” (1978) e “O Franco Atirador” (1978), mas foi Rambo com sua rebeldia quem deu ao tema uma nova dimensão de popularidade, sobrevivendo à perseguição de toda uma cidade. O final do filme também foi mudado que no livro Rambo é morto, sacrificado por Trauttman tal como Frankenstein e seu monstro, criador e criatura de um passado que não se deseja lembrar. Stallone e Richard Creena assumiram os papeis inicialmente pensados para Al Pacino e Kirk Douglas. Foi Stallone quem recriou o personagem de forma que este pudesse retornar em sequências, e fez deste um ícone do cinema de ação. Assista a “Rambo Programado Para Matar” na Oldflix.