ESTREIAS DA SEMANA NO STREAMING 28 DE SETEMBRO

Por Adilson Carvalho

Blonde (Netflix)

Esse ano tem sido marcante pelo revisionismo de grandes ícones da cultura americana. Primeiro foi “Elvis“, de Baz Luhrmann e agora é a vez de Marilyn Monroe. Mas não espere por uma cinebiografia, pois o filme dirigido por Andrew Dominik, adaptado do livro de Joyce Carol Oates, não é um filme sobre a vida de Marilyn Monroe, mas uma reimaginação de sua trágica vida. O próprio diretor alegou que seu filme explora pouco os diálogos, preferindo conduzir sua narrativa através do impacto de imagens do que a estrela supostamente teria vivido e que a levaram para o fundo de um poço emocional. Para isso, a atuação de Ana de Armas (Entre Facas & Segredos, 007 Sem Tempo para Morrer, O Agente Oculto) como Marilyn Monroe é fundamental. A atriz cubana, passou vários meses aperfeiçoando sua voz para reduzir seu sotaque latino e convencer no papel, que já havia sido oferecido a Jessica Chastain e Naomi Watts. A atriz foi aplaudida por longos minutos quando o filme foi exibido no Festival de Veneza, ainda assim despertou uma forte reação daqueles que se incomodaram que Ana é uma atriz cubana interpretando uma americana. Bobagem, pois ela reproduz com perfeição olhares, gestos e até mesmo o andar de Marilyn Monroe, um papel difícil de fazer pois não basta ostentar a sensualidade à flor da pele que a atriz tinha, mas também sua fragilidade, seus conflitos e seus medos ao longo de vários relacionamentos tóxicos não nomeados mas percebidos como o ex atleta (Joe Dimaggio vivido por Bobby Carnavale), ou o dramaturgo (o escritor Arthur Miller vivido por Adrian Brody). O filme ainda carrega, no entanto, a polêmica das cenas de sexo impactantes como a do estupro no início de carreira, que nunca aconteceu oficialmente. A Netflix pediu que o diretor suavizasse as cenas “quentes”, mas isso não impediu que o filme fosse classificado N-17, ou seja, proibido para menores de 17 anos, a primeira desta faixa para uma produção de streaming. Ainda no elenco temos Chris Lemmon, vivendo o ator Jack Lemmon, seu pai na vida real, com quem Marilyn fez o clássico “Quanto Mais Quente Melhor” (1959). A releitura de Dominik certamente não será a última vez que veremos uma representação da icônica atriz que por anos foi o pecado que morava na imaginação de homens, mas que nunca deixou de ser uma deusa no panteão de Hollywood. (Disponível a partir de 28 de setembro)

Abracadabra 2 (Disney Plus)

Uma das sequências mais pedidas por fãs é o reencontro com as irmãs Sanderson, novamente vividas por Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy. Demorou, mas a Disney atendeu e nos traz uma história com gosto de Halloween antecipado. Dirigido por Anne Marie Fletcher (A Proposta, Vestidas Para Casar), o filme tem Izzy (Belissa Escobedo) , Becca (Whitney Peak) e Cassie (Lilia Buckingham) como as jovens heroínas que, acidentalmente as trazem de volta, e por conta disso enfrentarão as bruxas. Do primeiro filme está de volta Doug Jones (Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, Hellboy) como Billy Butcherson, mas nenhum dos outros atores do elenco original retorna para essa sequência realizada depois de 29 anos. É o primeiro filme do estúdio a usar o novo logotipo “Disney 100” em comemoração ao centenário de seu criador em 2023. E não se espantem se ainda houver um terceiro filme para formar uma trilogia. Lembrando que foi a estrela Bette Midler a principal incentivadora para a realização deste segundo filme, cuja popularidade é inegável, como um pó de pirlimpimpim. (Disponível a partir de 30 de setembro)

O Legado de Sidney Poitier (Apple TV)

Documentário americano, dirigido por Reginald Hudlin, é um retrato da vida e do legado do ator Sidney Poitier, falecido no dia 06 de janeiro de 2022, aos 94 anos. O astro brilhou em filmes como “Acorrentados” (1958), “Ao Mestre Com Carinho” (1967), “Advinhe Quem Vem Para Jantar” (1967) entre outros. Foi o primeiro ator negro a ganhar um Oscar de melhor ator por “Uma Voz Nas Sombras” (1963), tornando-se um símbolo do orgulho étnico com uma frase poderosa como “Call Me Mr. Tibbs” dita pelo seu personagem em “No Calor da Noite” (1967). (Disponível desde de 23 de setembro)

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