Poltrona 3

por Sérgio Cortêz

“Elvis” (2022)

Direção: Baz Luhrmann

Elenco Principal: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge, Helen Thomson e Richard Roxburgh

Cinebiografia do ídolo Elvis Presley (Austin Butler), que retrata sua vida do nascimento à fama e seu relacionamento profissional com o controlador empresário Tom Parker (Tom Hanks). A película enfatiza todo o período no qual Elvis e o “coronel” mantiveram uma parceria – além de fatos importantes na vida do Rei, como seu casamento com Priscilla Presley (Olivia DeJonge), sua volta aos palcos em 1968, o nascimento de sua filha e a consagração artística no imenso palco do hotel Las Vegas Hilton.

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Que me perdoem os colegas de site Adilson Carvalho e Paulo Telles, que manifestaram grande empolgação a cerca de “Elvis”, mas esta cinebiografia não consegue ser melhor do que a pior das “comediotas” estreladas pelo Rei na década de 1960. Excetuando-se os Atos abordando a infância do Rei do Rock, a produção do “68 Comeback Special”, a boa música (é Elvis, caramba!) e as boas atuações de Austin Butler e Tom Hanks, “Elvis” não vai além do mais do mesmo semi-alucinógeno comumente observado nos filmes de Baz Luhrmann (o mesmo que dirigiu “O Grande Gatsby” em 2013, o que por si só já explica muita coisa).

Não são poucas as mancadas observadas em “Elvis”, mas bastam cinco delas para justificar tanta aspereza, a saber:

1 – Percebe-se de imediato que mais correto seria chamar o filme de “Tom Parker”, uma vez que a prioridade dada ao “coronel” picareta sobrepõe-se à importância do Rei;

2 – Nem de longe Elvis teve a relação “casal perfeito” com Priscila mostrada no filme (a cena na qual o casal conversa no carro sobre o divórcio mostra-se um tanto quanto contraditória e sem sentido);

3 – Baz Luhrmann visivelmente teve de acelerar os últimos anos de vida do Rei após arrastar-se na apresentação de sua infância e parte da vida adulta;

4 – O diretor parece preocupado demais em apresentar um Elvis quase moribundo no seu último show, cujo sobrepeso deixava-lho incapaz de se levantar do banquinho ao piano, algo que não condiz com a verdade. No último show do Rei em Indianápolis, Elvis interagiu muito bem com seu público e manteve a necessária energia nas músicas “mais quentes” – a despeito dos seus problemas de saúde e das doses cavalares de remédios que tomava habitualmente;

5 – O fato é que tudo o que havia para ser dito a respeito de Elvis Presley já foi apresentado por incontáveis documentários e toda sorte de publicações, fazendo de “Elvis” um filme redundante. Talvez por isso Baz Luhrmann tenha escolhido o coronel Tom Parker para ser verdadeiro protagonista, desviando sistematicamente o foco do Rei do Rock.

Resumindo: se estiver pensando em assistir “Elvis”, sugiro que o leitor opte pelo telefilme “Elvis Não Morreu” (1979), estrelado por Kurt Russell e dirigido pelo icônico John Carpenter – este sim um bom “filme de Elvis”.

Poltrona 3 é uma criação coletiva dos colunistas Adilson Carvalho, Paulo Telles e Sérgio Cortêz. Confira abaixo os conceitos por Emoji atribuídos aos filmes.

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