CCP TV – NAMOR (ANIMAÇÃO & SÉRIE)

Por Adilson Carvalho

Conheci Namor, o príncipe submarino no programa Clube do Capitão Aza, na TV Tupi. Para aqueles de minha geração é uma doce lembrança da infância os desenhos “desanimados” da Marvel nos anos 60. A animação dos estúdios Grantray-Lawrence Animation era parte do Clube da Marvel Shell (“Marvel Super Heroes Show”) que adaptava histórias já escritas para os quadrinhos, retiradas diretamente destes criando uma animação congelada em que os personagens só moviam os lábios e os olhos. Seus movimentos simplesmente deslizavam diante da câmera. Embora simples e rudimentar fez o delírio das crianças da época, sendo exibido no Brasil pela Rede Tupi, depois pela Rede Globo.

Os produtores Steve Krantz e Bob Lawrence, da Grantra Lawrence/Krantz Films, trabalharam junto com o próprio Stan Lee para a seleção das histórias em quadrinhos que seriam usadas. No caso de Namor, no entanto, havia muito pouco material disponível (Leia a maravilhosa matéria de Leo Banner aqui no CCP sobre os quadrinhos do heroi), e sendo assim contrataram os serviços de Doug Wildey (o criador de Jonny Quest) e Alex Toth (de Space Ghost e vários desenhos dos estúdios Hanna Barbera). O desenho do Namor chegou ao Brasil em 1967 juntamente com as revistas em quadrinhos da Editora EBAL, em uma estratégia de marketing que consistia na distribuição de exemplares das revistas gratuitamente nos postos de gasolina Shell. Na abertura do desenho do Namor o grupo MPB4 fazia a versão brasileira da canção tema. Contudo, quando reprisados mais tarde, esses arquivos já haviam se perdidos e os desenhos começaram a ser exibidos com a abertura original em inglês, até uma nova redublagem ser feita com outra letra. Nas histórias Namor enfrentava ora outros heróis da superfície ora o vilão Attuma para defender seu reino sub aquático e sua adorada Lady Dorma.

Em 1977, a NBC pensou em adaptar Namor como uma série live action, mas a semelhança percebida na época entre Namor e Spock de Star Trek levou a um contratempo com Gene Roddenberry. Assim a ideia foi adaptada para a criação de Mark Harris (Patrick Duffy), um homem da lendária Atlântida perdido no mundo da superfície na série O Homem do Fundo do Mar (The Man From Atlantis). Apesar de extremamente popular no Brasil, a série não foi um sucesso nos Estados Unidos, sendo cancelada com uma única temporada. Curiosamente, foi a primeira série de TV americana a ser exibida na China. Em 1978 a Marvel Comics publicou sete revistas em quadrinhos do personagem escritas Bill Mantlo com desenhos de Frank Robbins e Frank Springer. As revistas foram lançadas no Brasil pela RGE.

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