Por Adilson Carvalho

Na comédia Hollywoodiana, Holmes é prato cheio para reimaginações. Em 1974 o comediante Gene Wilder escreveu e dirigiu O Irmão Mais Esperto de Sherlock Holmes (The adventure of Sherlock Holmes’ smarter brother) , uma aventura vivida não por Sherlock mas por Sigerson Holmes – um suposto irmão mais novo, nunca mencionado nos romances de Conan Doyle. Embora nos romances originais seja mencionado o irmão Mycroft Holmes, Sigerson é saído da mente de Wilder, comediante que teve nos anos 70 e 80 um período extremamente prolífico. O nome Sigerson, contudo, foi usado por Holmes como um disfarce em A Casa Vazia (The Adventure of the Empty House), um dos contos de Conan Doyle que compõe A Volta de Sherlock Holmes (1903), primeiro livro da série após a quase morte de Holmes em O Problema Final (1893).

No filme de Gene Wilder, lá estão Holmes e Watson (os desconhecidos Douglas Wilmer & Thorley Walters) mas é o atrapalhado Sigerson quem enfrenta o maléfico Professor Moriarty (Leo McKern) – arquinimigo do célebre detetive – em sua ânsia de provar que é tão bom quanto o famoso irmão. O roteiro do filme é do próprio Gene Wilder, que pediu que Mel Brooks o dirigisse, mas este recusou a oferta por preferir filmar roteiros escritos por ele próprio. Também foi Mel quem convenceu Gene a assumir o papel de diretor, o primeiro de quatro longas em sua carreira. O filme reuniu o genial comediante com Marty Feldman (1934-1982) no papel do Sargento Orville Sacker, que cumpre a função correspondente a Watson. Completando o trio principal está a excelente Madeleine Khan (1941-1999) como a cliente desesperada, aspirante à cantora de ópera, Jenny Hill , os três revivendo a parceria de O Jovem Frankenstein (1974), dirigido por Mel Brooks. Apesar de não ser o melhor trabalho de Wilder, é divertido e merece a atenção dos fas do maio detetive do mundo, e ao som de Kangoroo hop. Essa eu não esqueço mais, nada elementar.