CCP NA OLDFLIX STAR TREK 2ª TEMPORADA

Por Adilson Carvalho

Descobri “Star Trek” aos 12 anos, na época exibida pela Tv Bandeirantes (Hoje Band). Foi meu primo quem me convenceu a embarcar na nave estelar Enterprise embalado pelo tema de  Alexander Courage ouvido quando o narrador anunciava “O Espaço a fronteira final…”. Minha tela de TV movida a válvulas me teleportava aos confins do espaço acompanhando audaciosamente as viagens comandadas por Kirk, Spock e McCoy, à frente de uma tripulação multi-etnica cujo compromisso é o conhecimento adquirido onde nenhum homem jamais esteve.

Me identificava com o heroísmo de Kirk, a humanidade de McCoy e o conflito interno de um personagem mestiço, metade humano e metade alienígena, Sr.Spock. Além da eficiente caracterização dos personagens, a série impressionava pela inventividade dos roteiros que driblavam a rígida censura de uma época marcada pela guerra fria, pela luta pelos direitos civis, por conflitos nas ruas, mas sobretudo pela corrida espacial. O homem voltava seus olhos para cima imaginando o que existiria além de nosso mundo. Em 8 de Setembro de 1966, quando a série estreou, ela passou a nos mostrar que a raça humana poderia deixar de lados suas diferenças mesquinhas e concentrar seus esforços em mútua colaboração. Essa pretensão de significar algo mais do que apresentar o monstro da semana era o diferencial entre a criação de Gene Roddenberry e os demais produtos da TV que eram exibidos a cada semana.

Na segunda temporada vários episódios foram memoráveis “A Private Little War” que discutia a validade ideológica de um conflito armado com claras metáforas à guerra do Vietnã, “Patterns of force” sobre o nazismo e a corrupção do poder, “Wolf in the fold” que revela que Jack, o estripador é uma entidade imortal que seguiu para outras galáxias, “Who mourns for Adonis” que retrata os deuses da mitologia grega como seres extraterrestres entre outros. Também nessa temporada a série apresentou episódios que se tornaram canônicos, sendo explorados pela franquia em livros e séries derivadas como “Mirror Mirror“, onde Kirk, Scott, MacCoy e Uhura são acidentalmente transportados para um universo paralelo onde os duplos da tripulação da Enterprise são maléficos ou “Amok Time” que explora o ciclo reprodutório dos vulcanos nos levando pela primeira vez ao planeta de Spock.

A série entrou para o Livro Guiness de Records, criou uma legião de fans que entre anônimos no mundo inclui celebridades como o saudoso físico Stephen Hawkings, fora a inegável influência para desenvolvimento de uma ciência mais avançada: Embora não possamos nos teleportar ainda, o celular que usamos é o comunicador portátil e até o tricorder já se mostrou viável. A cultura pop incorporou esse universo utópico e hoje cinquenta anos depois nos mostra que o futuro poderá certamente ser melhor se ousarmos como Gene Roddenberry fez, a ir onde nenhum homem jamais esteve.

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