Poltrona 3

por Sérgio Cortêz

“Lolita” (1962)

Direção: Stanley Kubrick

Elenco Principal: James Mason, Peter Sellers, Shelley Winters e Sue Lyon.

O professor britânico Humbert (Mason), um homem de meia-idade, aceita o convite para lecionar nos Estados Unidos e, para tanto, hospeda-se na casa da simpática Charlotte Haze (Winters), mãe da jovem Dolores Lolita (Lyon).  Em pouco tempo, Humbert fica obcecado pela ninfeta de 13 anos, casando-se com Charlotte com a intenção de manter-se próximo à enteada. Quando a mãe da pequena morre vítima de um atropelamento, o professor encontra uma boa oportunidade para aproximar-se da adolescente, mas sua obsessão por Lolita é logo observada por Clare Quilty (Sellers), um figurão da cidade que tem seus próprios planos em relação à jovem e, por isso, passa a perseguir Humbert.

Muito bom

Esta ousada película dirigida pelo genial Stanley Kubrick só não receberá nosso conceito de Obra-Prima por três razões:

– A adaptação não pôde ser tão fiel quanto poderia ao romance original de Vladimir Nabokov (que trabalhou no roteiro ao lado de Kubrick) por conta do Código Hays vigente na época;

 – A cansativa repetição do tema “Lolita Ya Ya”, de Nelson Riddle, ao longo da primeira hora do filme;

– Sua longa duração (tudo bem que não seja tarefa fácil encaixar um romance inteiro na duração média de um filme, mas dava para fazer em 120 ou 130 minutos sem perder a coerência do roteiro).

No mais, “Lolita” é um filme corajoso e inquietante, que fomenta o debate a cerca dos limites entre a paixão, a obsessão, a ética e a vaidade. Destaque também para o elenco primoroso e a produção precisa, que dá o equilíbrio correto de luz e sombras de acordo com cada momento do filme, realçando assim seus tons em preto & branco. Em 1997, “Lolita” ganhou uma refilmagem dirigida por Adrian Lyne e estrelada por Jeremy Irons e Melanie Griffith que, mesmo sendo mais fiel ao romance original, não repetiu o êxito comercial da versão original.

Poltrona 3 é uma criação coletiva dos colunistas Adilson Carvalho, Paulo Telles e Sérgio Cortêz. Confira abaixo os conceitos por Emoji atribuídos aos filmes.

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