Por Adilson Carvalho

Nos anos 80, os filmes de fantasia chegaram às telas com títulos como A História Sem Fim (1984), A Lenda (1986) e Labirinto – A Magia do Tempo (1987). Não eram tão sofisticados quanto os atuais exemplares pós Senhor dos Anéis, com orçamentos inflados, mas tinham seu público. George Lucas, desde 1972 tinha a ideia de desse mundo medieval fantástico habitado por guerreiros e bruxos. Dez anos depois, filmando O Retorno de Jedi conheceu o ator inglês Warwick Davis, que interpretava um dos Ewoks, que chamou sua atenção. Passaram-se mais cinco anos até que a evolução dos efeitos especiais, por conta da Industrial Light & Magic, pudesse dar tridimensionalidade às ideias de Lucas e assim Davis, com 17 anos, assinou para o papel de Willow.
De acordo com a profecia, uma criança (Kate e Ruth Greenfield, depois Rebecca Bearman) deverá destruir a malvada feiticeira Bavmorda (Jean Marsh) e acabar com seu reinado de terror, a menos que a bruxa possa destrui-la primeiro. Willow (Warwick Davis) começa então uma perigosa jornada para manter a criança a salvo. Foi o primeiro filme a usar o processo de mudança de imagem chamado de “Morphing” no qual o pequeno mago transmorfa uma criatura em um tigre e depois em um humano com impressionante realismo, graças aos efeitos digitais. Apesar da fama de difícil do ator Val Kilmer, o guerreiro Madmartigan, o ator Warwick Davis relata que foi prazeroso trabalhar com o ator. Ambos, de fato funcionam bem juntos, e convencem, lembrando que o personagem de Davis que serve como catalisador da trama. Foi durante as filmagens que ambos encontraram suas esposas. Val ficou casado com a britânica Joanna Whalley por 8 anos, enquanto Warwick Davis continua casado até hoje com Samantha Davis, uma dos habitantes do vilarejo do povo de Willow. O filme, lançado no Brasil em 9 de dezembro de 1988, foi de acordo com Warwick Davis o filme com maior número de atores de baixa estatura já feito até então, contratando entre 225 a 240 atores para o povo de Willow.

O filme foi dirigido por Ron Howard (Código Da Vinci, Han Solo Uma História de Star Wars) e exibido no Festival de Cannes de 1988. Lucas esperava que o filme fizesse a mesma bilheteria de E.T – O Extraterrestre em 1982, (792,9 milhões de dólares), mas arrecadou somente 137,6 milhões devido à concorrência de lançamentos como Crocodilo Dundee II, Quero Ser Grande e Rambo III. Mesmo assim, somado ao lançamento internacional e o mercado de vídeo e TV, o filme teve o retorno de seu custo estimado em 35 milhões de dólares. A história de Willow continuou, no entanto, em uma trilogia de livros chamada Chronicles of the Shadow War, publicada entre 1995 e 2000, com texto de Chris Claremont, o escritor de quadrinhos que durante anos foi o responsável das hqs dos X Men. O resultado dessas sequências em livro pouco agradaram a George Lucas, que nesse caso apenas escreveu uma linha de argumento inicial pois estava ocupado com a produção da trilogia inicial de Star Wars. Hoje, um clássico de seu gênero, Willow retorna ao vídeo nessa série da Disney Plus, onde também você consegue assistir ao filme original, uma prova de que a magia não está perto de acabar. (Disponível na Disney Plus)