31 FILMES PARA VER NO STREAMING … ANTES DO FIM DO ANO.

Por Adilson Carvalho

#4. O REI DO SHOW (DISNEY PLUS)

Um grande espetáculo é sempre um colírio para os olhos, sempre à espera de uma boa ilusão. O Rei do Show (The Greatest Showman) preenche bem esta expectativa, e se o cinema hoje atrai atenção tanto quanto um show circense, então este filme dará a dimensão exata do quanto precisamos de algo mágico, algum truque capaz de compensar as debilidades que trazemos, sejam físicas ou morais. O filme, dirigido pelo estreante Michael Gracey, mostra a criação e a evolução de um circo composto de artistas bem incomuns nos idos de 1800. Na vida real, o verdadeiro P.T.Barnum (1810-1891) foi um grande golpista, enriqueceu empregando em seu espetáculo bizarrices apresentadas por rejeitados da sociedade. Foi seu empreendimento que que viria mais tarde a se tornar o “Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus” que foi fundado em 1917 se apresentando no mundo todo. incluindo o Brasil, encerrando suas atividades em maio desse ano. Barnum foi também um filantropo e um político do partido republicano, e a quem é creditado a frase “Nasce um trouxa a cada minuto”. Foi o pojeto dos sonhos de Hugh Jackman, que leu cerca de 36 livros sobre P.T. Barnum como forma de se preparar para o papel. É seu terceiro musical depois de Oklahoma (1999) e Os Miseráveis (2012).

Claro que no filme, Barnum ganha um ar mais simpático adequado à figura de Hugh Jackman (Wolverine). Os números musicais que conduzem a história são bonitos mas seu ritmo peca por destoar do que de fato era produzido na época em que Barnum viveu. As meninas certamente se identificarão com o rosto de belo moço de Zac Efron (High School Musical), que continua sendo só isso e os meninos terão Zendaya (Homem Aranha Sem Volta  Ao Lar). Ponto positivo não somente para os papeis femininas centrais compostos por Michelle Wiliams e Rebecca Ferguson, mas para todo o elenco como a havaiana Keala Settle (Lettie Lutz), Timothy Hughes, de 1m98 (O Homem Forte), o neo zelandês Sam Humphrey (Tom Thumb), entre tantos que enriquecem a tela em sua diversidade e talento . O diretor estreante não ousa, como poderia, tendo nas mãos um material curioso de uma personalidade tão controversa quanto Barnum, que já foi adaptado em filmes de TV (1999 com Beau Bridges) e cinema (1986 com Burt Lancaster e 1935 com Wallace Beery). O filme de Gracey foi indicado para o Globo de Ouro nas categorias de “Melhor filme de comédia ou musical” e “Melhor ator” (Jackman), mas somente a canção This is Me recebeu atenção do Oscar, concorrendo na categoria melhor canção, mas perdendo para Remember Me, de Viva – A Vida é uma Festa. Injustiça da Academia mas um criativo, embora romanceado demais, retrato de um homem que buscou o grande espetáculo para o público. Nunca no entanto suficiente, como emoldurado pela belíssima canção Never Enough, em que Rebeca Ferguson (Missão Impossível) foi dublada por Loren Alfred. A emoção transborda a tela.

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