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#17. Caça-Fantasmas Mais Além (HBOMAX)

Por Adilson Carvalho

Revisitar os clássicos dos anos 80 mostrou-se uma fórmula bem-sucedida no caso de “Cobra Kai” (que revisita “Karate Kid”) ou “Halloween”. Mas nem todas as produções que seguem esse filão conseguem equilíbrio entre a nostalgia e a novidade. Há décadas tenta-se fazer um terceiro filme dos “Caça-Fantasmas”; e mesmo depois do fiasco do remake de 2016, estrelado por uma equipe feminina, a Sony nunca desistiu de trazer de volta os membros originais, mesmo depois de sucessivas recusas de Bill Murray, e ainda que tenhamos perdido Harold Ramis.  Embora seja uma sequência direta dos filmes de 1984 e 1989, o diretor Jason Reitman alegou em entrevistas que considera o novo “Caça-Fantasmas: Mais além” (Ghostbusters: Afterlife) uma “Experiência familiar”. A história explora os netos de Egon Spengler (o saudoso Harold Ramis) que formarão uma nova geração de caça-fantasmas diante de uma velha ameaça que remonta os eventos do primeiro filme. Os irmãos Trevor (Finn Wolfhard de “Stranger Things”) e Phoebe (Mckenna Grace) tornam-se o fio condutor da história ao descobrirem o legado que cairá sobre seus ombros. Wolfhard foi inclusive cosplayer de Peter Venkman nos primeiros episódios da segunda temporada de “Stranger Things”. Já McKenna Grace, a Esther de “The Handmaid’s Tale”, transmite seu entusiasmo e genialidade criando um elo de identificação com o público. Paul Rudd (O Homem Formiga nos filmes da Marvel) despertou seu lado criança com seu personagem. Há uma boa razão para que Egon tenha se refugiado tão longe de seus amigos, em uma cidade constantemente ameaçada por fortes tremores de terra. A Phoebe e Trevor se juntam o pequeno Podcast (Logan Kim) e o professor Mr. Grooberson (Paul Rudd); que além de ser um aliado dos jovens Caça Fantasmas, se aproxima de Callie (Carrie Coon), a mãe de Phoebe. O roteiro é inteligente de não repetir a premissa de adultos que abrem um negócio relacionado ao sobrenatural, passando a refletir uma dinâmica familiar. A história se move criando novas raízes para futuras sequências, mas sabendo respeitar o filme original.

O saudoso Ivan Reitman, Carrie Coon, Finn Wolfhard, Jason Reitman e McKenna Grace.

          Essa proximidade com os personagens e história do filme de 1984 traz uma medida de nostalgia com a reaparição de Ray (Dan Ackroyd), Winston (Ernie Hudson), Janine (Annie Potts), Sigourney Weaber (Dana Barret) e, até mesmo Peter Venkman (Bill Murray). Lamentavelmente Louis Tully (Rick Moranis) não volta já que seu intérprete se aposentou de vez. Embora Harold Ramis tenha falecido, Egon é uma presença ao longo da narrativa e as saudades do ator acabam colaborando com o tom da história contada. O diretor Jason Reitman também conhece bem o significado de um legado já que ele é o filho de Ivan Reitman, produtor e diretor dos filmes originais. Ele sempre esteve nesse mundo, criado por seu pai nos estúdios de Burbank, onde os filmes originais foram feitos. Na sequência do filme de 1989 é um jovem Jason, então com 12 anos que diz para Ray que os Caça-Fantasmas são “bobocas”. Ele assina o roteiro junto de Gil Kenan (de “A Casa Monstro”) levando a ação para a fictícia cidade de Summerville. Em vez dos imensos prédios de Nova York, vemos luzes e sombras se lançando sobre os campos abertos da zona rural de Oklahoma. A nítida paixão de Jason Reitman pelos personagens e história garante um filme pipoca agradável de se ver e assim renovando o interesse de uma nova geração que nunca cantou o tema de Ray Parker Jr, nem teve pesadelos com o monstro de marshmallow. Não sei vocês, mas sempre quis uma mochila de próton, afinal “Quem tem medo de fantasmas?”

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