CINEMA 2022 O MELHOR & O PIOR

Por Adilson Carvalho

Chegamos ao final de 2022, primeiro ano pós pandêmico, mas não por isso menos atribulado para o cinema. As bilheterias reagem ainda de forma tímida, apesar de alguns sucessos inegáveis, muito por conta da concorrência com o streaming (que veio para ficar) e claro devido ao cenário financeiro que não é dos melhores. Com o alto preço do ingresso nas salas, tivemos esse segundo semestre uma estratégia adotada pela FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas) que entre os dias 15 a 21 de setembro promoveu a “Semana do Cinema”, onde os preços dos ingressos ficaram a R$ 10,00. Ainda assim, as sessões de cinema ainda permanecem elitizadas e longe de ser a diversão mais barata que foi no passado distante. Vejamos então abaixo o que rolou nas telas e na telinha ao longo do ano de 2002.

OS MELHORES

Baz Luhrmann entregou um dos melhores filmes do ano em julho, a cinebiografia Elvis estrelada por Austin Butler, em impressionante atuação, dividido a cena com um Tom Hanks em assombrosa recriação do vilanesco Coronel Tom Parker. A acerta escolha de ser o ponto de vista do desprezível empresário do Rei do Rock confere à narrativa uma aura diferenciada dentre outros exemplares do mesmo gênero. Essa autenticidade narrativa aliada a uma montagem ágil, atuações inspiradas e trilha sonora envolvente fizeram de Elvis meu numero um nessa lista. Tom Cruise mostrou que ainda tem fôlego como grande astro e aos 60 anos conquistou antigos e novos fãs com a tardia sequência Top Gun Maverick, um dos grandes campeões de bilheteria do ano com 1,454 bilhão de dólares, invejável cifra ambicionada por estúdios, e raras vezes alcançadas por muitos pretensos blockbusters. Admirável também o resultado final de Pantera Negra Wakanda para Sempre com mais de US$ 410 milhões arrecadados, e há cinco semanas no topo do ranking do site Box Office Mojo. Nada mal para a Marvel levando-se em conta que o filme está desprovido de seu astro, o saudoso Chadwick Boseman. A concorrente DC Comics teve esse ano o mega sucesso de The Batman, dirigido por Matt Reeves, que faturou só no Brasil R$ 114 951 000, mostrando que o homem morcego tem forte apelo com o público, mesmo depois de tantas trocas de intérprete e chegando agora com Robert Pattisnon debaixo da capa e capuz. A Marvel ainda leva a melhor no total com o resultado de Dr. Estranho no Multiverso da Loucura (R$ 169 274 000) e Thor Amor & Trovão (R$ 123 366 565), fora os números internacionais. No caso do Dr. Estranho foram alcançou US$ 909,4 milhões ao redor do mundo e Thor passou dos US$ 700 milhões, emparelhando com o Batman de Reeves, que fechou o ano com US$ 770,3 milhões. Entende-se assim o desespero da Warner/DC em mudar os planos para as próximas adaptações. Entre as animações o vitorioso foi Mínions 2: A Origem do Gru, que fez US$ 937 milhões para um orçamento de meros US$80 milhões. O terror veio bem representado por O Telefone Preto com bilheteria de $71,317,512 para um orçamento de $18 milhões. Entre os nacionais, Tô Ryca 2 com Samantha Schmutz, foi o primeiro grande lançamento nacional de 2022 com um faturamento de R$ 8,63 milhões. Já Eduarda & Mônica, adaptação da clássica canção do Legião Urbana faturou R$ 7,61 milhões. Apesar dos números astronômicos dos blockbusters made in U.S.A, o cinema nacional esteve muito bem representado esse ano com Fábio Porchat e Dani Calabresa em O Palestrante, Cacau Protássio em Juntos & Enrolados, e o ótimo Medida Provisória de Lázaro Ramos, entre outros.

OS PIORES

O ano começou com o fraquíssimo Morbius em janeiro. Um filme decepcionante e incapaz de empolgar. A Warner amargou o mal resultado de Animais Fantásticos Os Segredos de Dumbledore, aparentemente enterrando a franquia derivada de Harry Potter. David O. Russell, que no passado fez um trabalho primoroso em A Trapaça (2013) e O Lado Bom da Vida (2012), tem sido considerado um dos maiores fracassos do ano com Amesterdã que o reunia com o astro Christian Bale e trazia um elenco estelar incluindo Margot Robbie, Taylor Swift, John David Washington, Anya Taylor Joy e Rami Malek. Apesar do carisma de Dwayne Johnson, Adão Negro ficou abaixo da espec tativa da Warner com um orçamento estimado de $ 195 milhões, sendo mais $ 100 milhões em marketing, resultando em uma receita total de cerca de meros $ 385 milhões. A Pixar também fracassou com Lightyear, filme solo do popular astronauta de brinquedo da franquia Toy Story. Foram $ 226 milhões de bilheteria contra um orçamento de $ 200 milhões. Não foi um ano fácil para a Disney, que ainda viu naufragar com as animações Mundo Estranho e Red: Crescer é uma Fera. Finalmente, impossível ignorar Moonfall – Ameaça Lunar, um dos piores trabalhos de Roland Emmerich. Em alguns dias o CCP dará uma prévia do que chega às telas em 2023. Aguardem !!!

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