31 FILMES PARA VER NO STREAMING …. ANTES DO FIM DO ANO #30. ELVIS (HBOMAX)

Por Adilson Carvalho

Certamente um dos filmes mais aguardados do ano, e pessoalmente também digo um dos artistas mais emblemáticos do cenário pop há mais de 5 décadas. Elvis Aaron Presley (1935-1977) nasceu no interior do Mississipi, predestinado a se tornar um ícone, abençoado com uma voz belíssima, mas amargurando a infelicidade em sua vida pessoal, sina dos grandes talentos. Desde sua ascensão ao estrelato, Elvis The Pelvis manteve um relacionamento complicado com seu enigmático empresário, Tom Parker, brilhantemente vivido por Tom Hanks.É seu ponto de vista que narra a história de Elvis, uma ambiciosa super produção que só Baz Luhrmann (Moulin Rouge, O Grande Gatsby) poderia dirigir com todo o esplendor de cores e som com as quais o próprio Austin Butler entoa um repertório de canções que entrou para a história. Elvis revolucionou gêneros, mudou comportamentos e em 42 anos fez de tudo e é nesse ponto que reside o maior problema e a maior virtude do filme de Luhrmann, abarcar uma história de vida tão rica em 2 horas e meia, abrangendo fases diferentes da carreira do cantor. Mas o diretor consegue equilibrar sequências belíssimas da vida de Elvis e impressionando com a atuação de Austin Butler. Não tanto pela aparência, mas pelo talento de Butler de mimetizar passos e expressão corporal do biografado transmitindo sinceridade, autenticidade.

O resultado não vale a pena apenas para os fãs, mas para o público em geral como atesta o sucesso do filme nas bilheterias internacionais, ovacionado no Festival de Cannes deste ano. Elvis mostra por que é ainda um dos artistas mais impactantes de todos os tempos, seja como dono da alcunha de rei do rock, como o cantor romântico que cantarola o amor com ternura com seus sapatos de camurça azul ou o fervoroso gospel que contagia e nos faz emocionar se pudermos sonhar. Para os fâs de “Stranger Things” um bônus, o ator Dacre Montgomery, o Billy da série dos irmãos Duffer. O filme de Luhrrman é bem sucedido em sua montagem criando uma narrativa fluída e envolvente dada a progressiva passagem de 3 décadas, sua contextualização histórica e a transformação do protagonista de uma força da natureza, selvagem e irrefreável em um arremedo de si mesmo. A escolha de Tom Hanks como um antagonista onipresente com sua narração confere um ponto de vista curioso e discutível capaz de inflamar discussões sobre o preço do sucesso e o mundo cultuado das celebridades que ainda hoje rege a mídia. Um filme espetacular, que já anuncia uma versão integral de 4 horas para breve, sem cortes. Longe de se propor a biografia definitiva do rei do Rock, mas sem dúvida uma das melhores a ousar fazê-lo.

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