Por Adilson Carvalho

Quando assisti O Enigma da Pirâmide (1985) achei muito inventiva imaginar a juventude do icônico Sherlock Holmes, nunca explorado nos romances originais de Sir Arthur Conan Doyle. O filme O Pálido Olho Azul, adaptado do livro de Louis Baynard, explora uma premissa similar imaginando um episódio da vida do escritor norte americano Edgar Allan Poe (1809-1849). Poe realmente esteve em West Point, mas o que se segue quando entra em contato com o detetive Augustus Landor (Christian Bale) é puramente fictício. Bale é um detetive aposentado contratado para ajudar a investigar um terrível assassinato na Academia Militar dos EUA. Durante a investigação, recruta um cadete chamado Edgar Allan Poe, que o ajuda a entender o rastro de pistas que se desenrola à medida que outros mistérios surgem. Esse ritmo é gradativo na tela e permite que o roteiro construa a relação de amizade e parceria entre Landor (Bale) e Poe (Harry Melling, o Dudley da saga Harry Potter). Justamente por sua narrativa mais lenta, a história apresenta os personagens devagar e construindo o suspense à medida que a lista de suspeitos

O diretor Scott Cooper está em sua terceira colaboração com Christian Bale (Tudo por Justiça de 2013 e Hostis de 2017), e consegue fazer um trabalho envolvente para nos transportar para o final do século XIX. Curiosamente, não apenas Melling, mas também os atores Timothy Spall, Simon McBurney, e Toby Jones estiveram na franquia Harry Potter, e cada um entrega uma participação bem pontual no filme de Cooper. Ainda a tempo, os fãs da série Arquivos X reconhecerão a atriz Gillian Anderson (Agente Dana Scully) no papel de Sra. Marquis e ainda temos Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody) que surpreende em seu papel. Embora não seja um primor de mistério, o filme faz um interessante plot twist ao final e entrega a Bale e Melling um momento em cena realmente emocionante para que ambos mostrem o que um ator é capaz de fazer quando o texto é entregue a um intérprete de talento. Talvez, o momento mais fraco do filme seja quando o mistério parece ser resolvido e as peça do quebra cabeças iludem mas não escondem do olhar treinado que ainda existe algo mais a vir à tona. (Sem Spoilers) Veja o filme e tente desvendar você mesmo.

Poltrona 3 é uma criação coletiva dos colunistas Adilson Carvalho, Paulo Telles e Sérgio Cortêz. Confira abaixo os conceitos por Emoji atribuídos aos filmes.
