Por Adilson Carvalho

Admito que poucas vezes me interessei por filmes adaptados de games. A maioria é desinteressante como Assassin’s Creed (2017), ou por falta de uma palavra melhor “chato” mesmo se tratando de personagens icônicos do gênero como Tomb Raider (2001/ 2003 / 2018). Devo tirar o chapéu, no entanto, para o primeiro episódio de The Last of Us, exibido no último domingo (15/01). O esmero da produção em se aproximar ao máximo do game da Playstation e a narrativa bem conduzida pelo diretor Craig Mazin (de Chernobyl), responsável junto de Neil Bruckmann, ambos hábeis ao inserir um ritmo envolvente ao cenário pós apocalíptico da história.

Me agradou a maneira como o episódio contrasta as motivações dos personagens, não apenas Joel (Pedro Pascal, em atuação correta). Nico Parker (Sarah) e Merle Dandridge (Marlene) conquistam a simpatia, criam uma ponte emotiva conosco antes do encontro de Joel (Pascal) com Ellie (Bella Ramsey). O relato do Dr. Neumann (John Hannah) ganha contornos assustadoramente reais quando a comunidade científica alerta dos perigos do aquecimento global e do efeito disto em fungos e bactérias. Em um mundo que ainda sangra com o luto pós-pandêmico, a história de The Last Of Us consegue assustar mais do que qualquer filme de terror. O primeiro episódio termina deixando um equilíbrio bem alcançado de ação e emoção, instigando o suficiente para que volte à HBOMAX no próximo domingo assistir o segundo episódio, pois o fim só está começando.
