STAN LEE 100 ANOS – FINAL CAPITÃO / CAPITÃ MARVEL

Por Leo Banner & Adilson Carvalho

Quando surgiu nos quadrinhos em 1968, já existia a figura do “Capitão Marvel” (Nada a ver com o Shazam da DC, que já usou essa alcunha), um guerreiro de uma raça alienígena que se auto exila na Terra para proteger a humanidade. Foi Stan Lee e o desenhista Gene Colan que criaram o herói Kree Mar-Vell em dezembro de 1967 na edição Marvel Super Heroes #12, inicialmente trajando um uniforme branco e verde. Pouco tempo depois, o Capitão Marvel recebeu sua própria série, começando com Captain Marvel #1 (maio de 1968), onde estabeleceu- se de vez seu status quo no universo criado por Stan Lee. O personagem era um alienígena da raça Kree que veio à Terra como espião antes de se identificar com seus vizinhos humanos. A série falhou em se registrar com os leitores, e foi renovada pelo roteirista Roy Thomas e Gil Kane na edição 17 (outubro de 1969). O personagem ganhou um novo uniforme, projetado por Kane e a colorista Michelle Robinson, e maiores habilidades. Uma característica adicional da trama foi a introdução do sidekick Rick Jones. Jones e Marvel “compartilharam moléculas”, permitindo que apenas um existisse no mundo real de cada vez. Thomas afirmou que a intenção da mudança era criar uma atualização mais voltada para a ficção científica que lembrava o Capitão Marvel original da Fawcett Comics, que também tinha um alter-ego que não poderia coexistir com o super-herói. Após a saída de Roy Thomas do título Jim Starlin assumiu a revista do herói, e coube a Starlin escrever a morte de Mar-Vell na primeira graphic novel da Marvel, The Death of Captain Marvel (1982). O herói morre de câncer depois de uma longa e dramática batalha e o nome “Capitão Marvel” (Lembrando que em inglês não há flexão de gênero) é adotado por Monica Rambeau, uma mulher negra que consegue transmutar seu corpo em qualquer tipo de energia. Após a morte do personagem, a Marvel publicou vários quadrinhos com novos personagens assumindo o nome de “Capitão Marvel“, mantendo assim sua marca registrada no nome.O personagem retornou, embora não em uma capacidade de vida, em enredos em Silver Surfer vol. 3 #63 (março de 1992) e Captain Marvel vol. 5, #5 (março de 2003) com a identidade do herói assumida por Genis Vell, filho do Capitão. Pouco mais tarde, a minissérie Capitain Marvel vol. 6, #1–5 (janeiro-junho de 2008) foi lançado como parte do enredo “Invasão Secreta” de 2008 e supostamente anunciou o retorno do personagem, embora tenha sido finalmente revelado que este “Mar-Vell” era um alienígena Skrull.

Um ano depois, Roy Thomas imagina Carol Danvers  como uma piloto da força aérea que foi salva por Mar – Vell da explosão de um artefato alienígena, que fundiu seu DNA humano com o DNA Kree. Foi ideia do roteirista Gerry Conway fazer de Carol uma super heroína que ostentasse o nome da editora. A força sobre humana e o poder de vôo a tornaram a heroína “Ms Marvel”, trazendo em seu nome o título “Ms” que destaca uma mulher independente, solteira, adequado a um mundo que precisa aprender a respeitar a figura da mulher. A personagem então ganha um título próprio a partir de Janeiro de 1977, dois anos depois que a assembleia geral da ONU escolhesse 1975 como o ano internacional da mulher. Carol era a personagem que simbolizaria a editora Marvel na luta feminista concorrendo com a imagem da Mulher Maravilha da Dc Comics, principal rival da Marvel no mercado editorial. Incluindo a renomada revista “Ms”, criada por ativistas dos direitos das mulheres em 1971, havia estampado a imagem da “Mulher Maravilha” em sua icônica primeira edição. Logo, Carol Danvers muda para o papel de editora de uma revista similar publicada por J.Jonah Jameson, o chefe de Peter Parker, o Homem Aranha, herói mais popular da editora.  Essa fase que durou apenas por 25 edições foi publicada no Brasil em revistas da editora Abril como “Capitão América” e “Herois da TV”.

A Marvel demorou a ter uma heroína à frente de um título longevo apesar das tentativas com “Mulher Aranha” e “Mulher Hulk”, mas Carol continuou a ter destaque ingressando na equipe dos Vingadores. Apesar de um promissor início nas mãos de Chris Claremont, que explorava os lapsos de memória que Carol tinha toda vez que se transformava, os roteiristas que se seguiram não souberam explorar a personagem, ainda que incrementassem seu uniforme com uma mudança de cores e forma.  Jim Shooter e David Micheline fragilizaram Carol Danvers como vítima de um estupro por um ser extra dimensional que a engravida como forma de chegar à nossa realidade. Carol é manipulada para se apaixonar por ele e deixar nossa dimensão com ele. Pouco tempo depois, Claremont volta a escrever a personagem trazendo-a de volta ao mundo, fragilizada emocionalmente e tendo os poderes sugados pela mutante Vampira, o que a deixa em coma. Nos anos 80, a primeira troca de nome ocorre quando Claremont escrevendo as historias dos X Men mostra Carol, já despertada de seu coma, adquirindo poderes estelares e assumindo o nome “Binária”. Nos anos que seguem, Carol é nada além de uma coadjuvante de luxo nas histórias dos “X Men” ou dos “Vingadores”, mas não demora para perder seus poderes de Binária e voltar a ser a Ms.Marvel. Nesse meio tempo, a editora publicou a emotiva Graphic Novel “A Morte do Capitão Marvel” em 1982. Foi na década de 90 que Carol volta a se destacar nos Vingadores assumindo o codinome “Warbird”, mas mergulhada no alcoolismo. Nessa fase, se aproxima de Tony Stark o Homem de Ferro, que havia passado pelo mesmo problema em histórias da década anterior. Foi a partir do evento “Guerra Civil”, que Carol restaura sua importância no status quo do Universo Marvel. A heroína assume agora o nome “Capitã Marvel” superando todos os traumas do passado, as derrotas pessoais e o descaso de maus direcionamentos editoriais.

E assim encerramos essa série de artigos em homenagem ao centenário de Stan Lee torcendo para que vocês que nos acompanharam, tenham gostado dela tanto quanto gostamos de produzi-la! E isso não quer dizer de forma alguma que não tornaremos a falar desse que certamente foi um dos maiores e mais importantes nomes da Nona Arte de todos os tempos!

Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻

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