LOUCURAS DE MEL BROOKS 2: O JOVEM FRANKENSTEIN

Por Adilson Carvalho

Foi durante as filmagens de Banze no Oeste (Blazing Saddles) que Gene Wilder (1933-2016) teve a ideia de uma paródia dos antigos filmes de terror da Universal. O roteiro desenvolvido veio a ser uma comédias mais celebradas cinema: O Jovem Frankenstein (Young Frankenstein). O projeto foi inicialmente rejeitado pela Colúmbia que não gostou da ideia de filmar em preto e branco. Mas Mel Brooks e Gene Wilder não estavam dispostos a abrir mão de recriar o clima das antigas fitas de terror estreladas por nomes como Boris Karloff e Bela Lugosi. A história apresenta o Dr. Frederick Frankenstein, que se resente do passado de sua família, inclusive corrigindo a exata pronuncia de seu infame sobrenome. (É Frankenstin!!!!) Gene Wilder pediu que Mel Brooks não aparecesse como ator, como geralmente faz, para que o publico não associasse automaticamente à uma paródia, e assim mantivesse o clima pretendido, e a ironia por trás da ambientação e da atuação de um elenco animadíssimo.

Gene Wilder assume seu papel de protagonista ao lado do excelente Marty Feldman (1934-1982), com seu visual atípico, olhos esbugalhados e pescoço comprido e a frase de efeito “Walk this way” , que virou música do Aerosmith, quando Steven Tyler (líder da banda) assistiu o filme e simplesmente adorou. A fabulosa Madeleine Khan (1942-1999) a princípio ficaria com papel da secretaria Inga mas pediu a Mel o papel da noiva neurótica e rejeitada. Teri Garr ficou com o papel de Inga e teve que usar sotaque alemão por exigência de Mel, o que não foi problema. Madeline Khan ficou perfeita como uma dondoca que, rejeitada pelo jovem Frankenstein, se apaixona pelo seu monstro, interpretado pelo excelente Peter Boyle (1935-2006). No elenco ainda temos a genial Cloris Leachman (1946-2921) roubando todas as cenas como a governanta Frau Blucher, e como se isto não bastasse, temos Gene Hackman em aparição não creditada como o cego, em uma sequência simplesmente hilária.

O cuidado de Mel Brooks em reproduzir o clima dessas filmes de terror foi tão grande que o diretor descobriu que Kenneth Strickfaden (1896-1984), o técnico responsável por todo a parafernália usada no laboratório do clássico Frankenstein (1931) de James Whale (1889-1957), ainda estava vivo e mantinha em sua garagem todo o equipamento. Brooks alugou tudo e deu a Strickfaden o crédito devido, que em 1931 havia sido omitido. Embora o resultado tenha sido uma verdadeira obra prima, nos bastidores havia muita discordância entre Gene Wilder e Mel Brooks, que chegaram a brigar certa vez no apartamento de Gene. No dia seguinte Mel telefonou dizendo “Quem era o louco gritando em seu apartamento ontem? Tome cuidado com quem você recebe em sua casa. Essa gente doida pode ser perigosa.”. Segundo Gene, era a maneira de Mel se desculpar. O filme é incluído na lista do AFI (American Film Institute) como uma das melhores comédias do cinema, e no livro 1001 Filmes Par ver Antes de Morrer de Steven Schneider. Sem dúvida uma das melhores comédias do cinema. No próximo artigo vamos conferir o que Mel Brooks fez com o cinema mudo. E não perca História do Mundo Parte II no Star Plus.

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