Por Adilson Carvalho

SHAZAM – FÚRIA DOS DEUSES

Em 2019, o lançamento de SHAZAM ! foi uma surpresa para todos, já que apesar da importância do herói para os quadrinhos, ele não era levado a sério, principalmente pelos produtores de Hollywood. Mas a ideia de tratar o personagem tal qual Tom Hanks em Quero Ser Grande (1988) funcionou, e mostrou que os filmes de heróis da DC poderiam se diversificar além dos medalhões da editora como Superman e Batman. E ainda tendo ao seu favor uma bilheteria de US$ 366 milhões em bilheteria ao redor do mundo. Desta vez, a história mostra Billy Batson (Asher Angel) mais habituado com os poderes de Shazam, e contando com a sua família adotiva para proteger o mundo de diferentes ameaças, visto que todos ganharam superpoderes em sua última grande batalha. E agora o grupo precisará lidar com o que há de mais perigoso: a fúria dos deuses que acreditam que eles não podem ser super-heróis. Entre essas divindades temos Rachel Zegler (Amor Sublime Amor), Lucy Liu (Elementary) e a fabulosa Helen Mirren (Velozes & Furiosos 8), que recentemente disse em entrevistas que não entendeu nada do roteiro do filme, ainda assim sua presença sempre é impactante nos filmes dos quais participa. O 12º filme do Universo extendido da DC comics, dirigido por David F. Sandberg (o mesmo do primeiro filme) ainda está fora da reorganização de James Gunn e Peter Safran, e tem a missão de agradar um público que já saturado com os filmes de super heróis. A vantagem é que o filme mergulha no humor com um senso de identidade, um humor bem equilibrado com o mesmo ritmo impresso no filme anterior. Claro, nenhuma novidade em se tratando de narrativa, mas um passatempo agradável que talvez consiga abrir seu espaço em meio às derrapadas dos filmes da Marvel em sua fase IV.
Shazam Fúria dos Deuses (Shazam – Fury of the Gods) EUA 2023. Dir: David Sandberg. Com Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Djmoun Housoun, Helen Mirren, Lucy Liu, Rachel Zegler, Adam Brody, D.J. Coltrona, Grace Caroline Currey, Ross Butler.
MEDUSA

Na mitologia grega Medusa e suas duas irmãs, chamadas Esteno e Euríale, eram conhecidas como górgonas., seres monstruosos conhecidos por sua ferocidade e pelo fato de que transformavam em pedra todos os que os encarassem. No filme, escrito e dirigido por Anita Rocha da Silveira. o mito serve de metáfora para a história de Mariana (Mari Oliveira), uma jovem que se força ao máximo manter a aparência de que é uma mulher perfeita e se junta a um grupo de mulheres que sai à noite para agredir aquelas que julgam ter uma vida fora de seus padrões de perfeição, como mulhers promíscuas, adúlteras ou simplesmente por serem mais sensuais. A personagem de Bruna Lizmeyer é atacada pelo grupo no início do filme e passa a usar um máscara para esconder seu rosto desfigurado, o que simbolizará a luta contra um conservadorismo doentio. O filme, exibido no último Festival de Cannes, desperta uma discussão interessante que pode resvalar em celebridades e eventos contemporâneos que nos fazem repensar o que significa ser feminista e encontrar ecos misóginos na nossa realidade.
Medusa. Bra 2023. Dir: Anita Rocha da Silveira. Com Mari Oliveira, Bruna Lizmeyer, Lara Tremouroux, Joana Medeiros.