Por Adilson Cavalho

Uma das maiores franquias do cinema encerrou sua trilogia há exatos 40 anos com cerca de 168 milhões de dólares na época. O Retorno de Jedi, que George Lucas quase batizou inicialmente de A Vingança de Jedi, teve nada menos que 942 efeitos especiais a cargo da Industrial Light & Magic na época de sua realização em uma galáxia distante em que não existiam os efeitos digitais. O roteiro, escrito por Lucas e Lawrence Kasdan, leva Luke Skywalker (Mark Hamil) e seus amigos para Tatooine com a missão de salvar Han Solo (Harrison Ford) do lorde do crime Jabba o Hutt, um animatronic operado por seis pessoas. Enquanto isso, o Império Galático começou a construção de uma segunda Estrela da Morte, visando aniquilar a Aliança Rebelde, mas seu término está comprometido pela Frota Rebelde, que insiste em dar um fim ao Império. Neste meio tempo, Luke Skywalker luta para resgatar a alma de Anakin Skywalker (David Prowse) preso na forma mecânica de Darth Vader, embriagado com o lado sombrio da Força.

A direção foi entregue ao canadense Richard Marquand (1937-1987), que na época era conhecido pelo trabalho por trás das câmera na espionagem de guerra O Buraco da Agulha (1981). O episódio final desta trilogia foi filmado na Inglaterra e envereda pelo caminho da ação ininterrupta regado pela homenagem aos antigos seriados, aos quadrinhos e à fábula Tolkinina, essência do que Star Wars desenvolve como narrativa fantástica. Claro que perigo inusitado aguarda os caminhos de Han Solo, Luke Skywalker e da Princesa Lea (Carrie Fisher), que viajam à lua de Endor para destruir a segunda Estrela da Morte, e vem a receber a ajuda dos Ewoks, espécie de ursos guerreiros que ganhariam no ano seguinte um filme solo entitulado A Caravana da Coragem. Warwick Davis (Willow) usava uma roupa extremamente quente e desconfortável, mas era cuidado com muita gentileza pela atriz Carrie Fisher (1956-2016). Em 2004, George Lucas decidiu retocar os episódios anteriores da trilogia original fazendo algumas mudanças, e com O Retorno de Jedi não foi diferente, inserindo a imagem de Hayden Christensen no final como o espírito de Anakin Skywalker.

A cultura pop absorveu os personagens de Star Wars e o traje de escrava de Jabba usado pela atriz Carrie Fisher impressionou o público, e se tornou o figurino mais falado pelos fãs da saga. O filme veio a ser indicado ao Oscar nas categorias melhor decoração de set, melhor som, melhor edição de efeitos sonoros e melhor score musical, mas não ganhou em nenhuma das quatro. Hoje sob a chancela da Disney, os eventos de O Retorno de Jedi anteciparam a história contada nas séries O Mandaloriano (2019) e O Livro de Bobba Fett (2021) e, apesar do final feliz mostrado no filme, o mal do imperador permaneceria vivo engatilhando os eventos da trilogia final realizada pela Disney a partir de 2015. Claro, que rever o filme ainda mantem aquele brilho embalado pelo tema de John Williams e a promessa de que o bem ainda vence o mal.