Por Adilson Carvalho

Certas Pessoas (You People) Dir: Kenya Barris. Com Jonah Hill, Lauren London, Eddie Murphy, Julia Louis Dreyfuss, David Duchovny, Nia Long, Rhea Perlman, Elliot Gould.
O último lançamento da Netflix, estrelado por Eddie Murphy, chegou à plataforma na última sexta. A trama fala das diferenças culturais entre uma família muçulmana (Eddie Murphy e Nia Long) e uma família judia (David Duchovny e Julia Louis – Dreyfus). O filho deste, Ezra (Hill) sai de uma vida de solidão ao começar a namorar a radiante Amira (Lauren London) filha do outro casal. Ele planeja pedir a mulher em casamento, mas os dois precisam conhecer as famílias um do outro antes. Mas seus pais têm culturas totalmente diferentes, o que ameaça essa relação. O filme também toca em conflitos étnicos, e nesse sentido lembra o clássico Advinhe Quem Venha Para Jantar (1967) e o mais recente A Família da Noiva (2005). Claro que o roteiro escrito por Jonah Hill e o diretor Kenya Barris, em seu primeiro longa, segue uma outra direção. Mas o conflito entre famílias tão diferentes fica na base da superfície, e embora renda diálogos curiosos, o show é do elenco. Eddie Murphy e Jonah Hill dominam a cena com sua rivalidade. O carisma de ambos é inegável, e compensa pelos momentos fracos do filme e os esperados clichês do gênero, do qual a comédia de Barris não escapa. Mesmo o final já é esperado à medida que a história segue e os conflitos familiares parecem levar a uma inevitável ruptura. Julia Louis-Dreyfuss (Senfield) tem seus momentos, mas os melhores são as cenas em que Akbar (Murphy) faz de tudo para embaraçar, intimidar e desmascarar Ezra (Hill). Outro ponto mencionado no filme é a popularidade dos podcasts, e como eles exploram um nicho referente a um público específico, pesando no sensacionalismo sem poupar ninguém. Pena que o roteiro não aproveita as participações de atores veteranos como Rhea Perlman (Mathilda) e Elliot Gould (Onze Homens e um segredo), que nada somam à história. Mesmo David Duchovny (Arquivo X) não faz nada na trama. O filme pode divertir, mesmo que não alcance a força que poderia ter dada a riqueza de situações que as diferenças entre as pessoas gera. No final, fica a certeza de que é na combinação das diferenças que reside o valor da diversidade. (Disponível na Netflix)

Parabéns!
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