PPor Adilson Carvalho

Sou um grande fã de um bom whodunit, principalmente as que mergulham nas histórias a la Agatha Christie. Quando Adam Sandler e Jennifer Aniston fizeram Mistério no Mediterrâneo (Murder Mystery) em 2019 as possibilidades de uma sequência eram mais do bem vindas. Agora que o casal voltou a encarnar os detetives Nick e Audrey Spitz, versão zoada dos clássicos Nick e Nora Charles da literatura de Dashiel Hammet, ficamos na expectativa de uma divertida paródia do gênero como já visto em filmes como Assassinato por Morte (1974) ou O Irmão Mais Esperto de Sherlock Holmes (1975) mas o filme fica muito abaixo disso. O primeiro foi divertido por brincar com os clichês do gênero, mas o roteirista deste Mistério em Paris (Murder Mystery 2) parece preguiçoso por deixar nítido que tudo fica entregue ao carisma do casal, e da inegável química entre Sandler e Aniston, amigos de longa data. O elenco desperdiça os ótimos Mark Strong (Shazam) e Melaine Laurent (Truque de Mestre) e comete o erro mais imperdoável em se tratar de um whodunit, deixa a resolução do mistério entregue a um exercício de obviedades, mesmo se tratando de uma comédia. Claro, que as locações ajudam o decorrer da história, tal qual um cartão postal, mas seria melhor ter um roteiro melhor amarrado caso venhamos a encontrar o casal Spitz frente a um novo mistério, quem sabe em Londres ou Madrid ou qualquer outro lugar que venham a arranjar um terceiro mistério. Digno de nota: Nossa dublagem com os excelentes Alexandre Moreno e Élida L’Astorina dando vida e garantindo nosso ticket para a diversão.