Por Adilson Carvalho

Em meio às polêmicas em torno de J. K. Rowling e do anuncio de uma série readaptando os sete livros da saga Harry Potter, vamos voltar no tempo até 2001 quando estreou o primeiro filme Harry Potter & a Pedra Filosofal, dirigido por Chris Columbus. Na época, apenas os quatro primeiros livros haviam sido publicados e eram fenômenos de venda. O produtor britânico David Heyman procurava em Hollywood um livro infantil para servir de inspiração para um filme, e sua empresa sugeriu a adaptação de A Pedra Filosofal, à Warner Bros. Assim, em 1999, Rowling vendeu os direitos de filmagem dos primeiros quatro livros da série, por pouco menos de US$ 2 milhões. Como exigência, a autora garantiu que o elenco principal teria de ser todo britânico, com única exceção ao ator irlandês Richard Harris, intérprete de Albus Dumbledore, nos dois primeiros filmes.

O roteirista americano Steve Kloves (Suzy & os Baker Boys) e o diretor americano Chris Columbus, escolhido por sua fama de saber trabalhar com crianças, voou para Londres para encontrar a própria J.K.Rowling, sendo que o nome de Steven Spielberg chegou a ser cogitado para comandar o filme. De cara o filme fez US$ 975 milhões de bilheteira em todo o mundo e recebeu três nomeações para o Oscar de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e referências a John Williams dentro da categoria Melhor Trilha Sonora Original. Os iniciantes Daniel Radcliffe (12 anos), Rupert Grint (13 anos) e Emma Watson (11 anos) conquistaram os fãs com sua personificação dos amigos Harry, Rony e Hermione. Na história, Harry Potter (Radcliffe) é um garoto órfão que vive infeliz com seus tios, os Dursleys. Ele recebe uma carta contendo um convite para ingressar em Hogwarts, uma famosa escola especializada em formar jovens bruxos. Inicialmente, Harry é impedido de ler a carta por seu tio, mas logo recebe a visita de Hagrid (Robbie Coltrane), o guarda-caça de Hogwarts, que chega para levá-lo até a escola. Harry adentra um mundo mágico que jamais imaginara, vivendo diversas aventuras com seus novos amigos, Rony Weasley (Grint) e Hermione Granger (Watson) e desafiando o poder do maléfico bruxo Lorde Voldmort, que a partir do quarto filme ganhou o talento do ator Ralph Fiennes.

O segundo filme Harry Potter e a Câmara Secreta (2002) arrecadou pouco mais de 879 milhões de dólares, assegurando sua entrada na lista de filmes de maior bilheteria, embora seja um dos que menos arrecadou de toda a saga e estabelecendo um intervalo de filmagem curto entre as produções para aproveitar o crescimento do elenco jovem, que nos livros envelhece um ano à medida que a saga evolui de livro para livro. Já o terceiro ano de Harry em Hogwarts retratado em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ganhou a direção do premiado Alfonso Cuáron (Gravidade). Com a morte de Richard Harris, o ator Michael Gambon assumiu o papel de Alvo Dumbledore, papel que se repetiria daqui para a frente. Ao elenco se somaram os nomes de Gary Oldman, Timothy Spall, David Thewlis e Emma Thompson foram adicionados ao elenco, interpretando, respectivamente, Sirius Black, Pedro Pettigrew, o bruxo lobisomem Remo Lupin e a vidente Sibila Trelawney. O filme seguinte Harry Potter & O Cálice de Fogo (2004) estreou em primeiro lugar na lista de filmes de maior bilheteria e segurou essa posição por três semanas, com bilheteria de US$ 896 911 078 dólares, superando Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith e As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. O filme recebeu uma indicação ao Oscar 2006 na categoria de Melhor Direção de Arte, perdendo para Memórias de uma Gueixa. O quarto filme, dirigido por Mike Newell, foi o filme que deu fama a Robert Pattinson, este no papel de Cedrico. O ator faria depois a popular saga Crepúsculo e , mais recentemente The Batman (2022). O filme seguinte Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), dirigido por David Yates, que também fez Harry Potter e o Enigma do Príncipe (2009) e do derradeiro e emotivo final em Harry Potter e as Relíquias da Morte, filmado em duas partes, e lançado em 2010 e 2011. Embora sejam várias as diferenças entre os livros e os filmes no processo de adaptação não há dúvida de que os filmes foram um grande sucesso comercial da Warner, e marcaram toda uma geração que cresceu com seu elenco jovem.
Terminamos aqui a série de artigos sobre alguns dos filmes mais marcantes no centenário da Warner Brothers, mas o CCP continua com Paulo Telles, Adilson Carvalho, Leo Banner, Mauricio Rocha e Sergio Cortez trazendo o melhor da sétima arte em novos artigos e séries. Parafraseando um certo coelho, isto NÃO é tudo pessoal !!!!!!