HOMEM DE FERRO 60 ANOS – PARTE II

Por Adilson Carvalho

Produzido pelo Marvel Studios, Homem de Ferro foi primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel. O filme foi dirigido por Jon Favreau, sendo também o filme que fez Robert Downey Jr, ícone dos anos 80, retomar sua carreira que havia sido abalada por um longo período de dependência química. No filme, lançado em 2008, Robert Downey Jr ficou com o papel de Tony Stark, para o qual foram cogitados nomes como Tom Cruise e Nicolas Cage. O principal papel feminino, a secretária e interesse romântico Pepper Potts, ficou com Gwyneth Paltrow depois da recusa de Rachel McAddams, que viria a co-estrelar Dr. Estranho, ao lado de Benedict Cumberbatch, anos mais tarde. A origem do herói foi repaginada para os novos tempos trocando o Vietnã pelo Afeganistão para mostrar a transformação de um playboy inconsequente em um gênio inventor consciente de sua influência e de seu papel na ordem mundial. Já o papel de antagonista foi muito bem defendido por Jeff Bridges como o empresário Obadiah Stane. A principal preocupação de Favreau com os efeitos do filme foi se a transição entre os figurinos gerados por computador e práticos fosse muito óbvia. Ele contratou a Industrial Light & Magic (ILM) para criar a maior parte dos efeitos visuais do filme depois de assistir Transformers. As empresas Orphanage a Embassy fizeram trabalhos adicionais, com o última criando uma versão digital da armadura Mark I. Para ajudar a animar os trajes mais refinados, a formação foi às vezes capturada ao ter Downey usando apenas o capacete, as luvas e o tórax da armadura sobre um traje de captura de movimento, e paraquedistas foram filmados em um túnel de vento vertical para estudar a física do voo. Para a cena do voo da Mark III, foi animado para parecer realista, decolando devagar e aterrisando rapidamente. Para gerar filmagens do Homem de Ferro e os F-22 Raptors lutando, as câmeras foram transportadas no ar para fornecer referência para física, vento e geada nas lentes. O final do filme inauguraria a hoje tradicional cena pós-crédito com Tony Stark, depois de revelar a sua identidade como Homem de Ferro, em um bate papo com Nick Fury (Samuel L Jackson), e deixando claro a existência de outros heróis no mundo.

A lucrativa bilheteria do filme levou a uma óbvia sequência em 2010, dirigida por Jon Favreau novamente e repetindo o elenco principal com a mudança de Terrence Howard para Don Cheadle no papel de Jim Rhodes. Para o vilão do segundo filme os roteiristas fundiram características de dois personagens das HQs: O Dínamo Escarlate (o russo Anton Vanko) e o Chicote Negro. Mickey Rourke (de O Lutador) interpretou Ivan Danko, filho do cientista que se envolveu em projetos passados da Stark Enterprises, e que é aliciado pelo corrupto Justin Hammer (Sam Rockwell). Com o comportamento irresponsável de Stark, James Rhodes vem a vestir o protótipo de uma nova armadura e se torna o Máquina de Combate. O reforço no elenco é a presença de Scarlatt Johanson no papel da Viuva Negra, uma espiã russa que passa para o lado dos americanos, surgida em Tales of Suspense #52 de 1964. No filme, a bela Natasha Romanova espiona as industrias Stark para a Shield, mas nos quadrinhos a personagem pertencia à KGB e. indiretamente, foi a responsável pela morte do Professor Vanko. É quando ela se arrepende e pede asilo político para os Estados Unidos, passando a atuar ao lado de vários heróis .

A chegada do terceiro filme agora dirigido por Shane Black, um dos roteiristas de Máquina Mortífera era aguardada com ansiedade pelos fãs, principalmente após o mega sucesso do filme dos vingadores, em que o Homem de Ferro tem participação vital. A escolha do vilão Mandarim como antagonista acentuou a expectativa mesmo daqueles que não leem as HQs, principalmente pela escolha do ótimo ator Ben Kingsley (Gandhi) para o papel. Contudo, decepcionando os leitores de gibi, o Mandarim do filme passa muito longe de sua fonte original, retratado como um peão patético utilizado para manipular Tony Stark, sem nacionalidade definida e sem todo o background que acompanha o vilão nas histórias criadas por Stan Lee. Claro, que se julgado pela ação Homem de Ferro 3 tem de sobra, mas ainda assim é preciso mais para se criar um filme que faça jus não somente ao primeiro filme, como também a todo o material já publicado do herói. Pode satisfazer aqueles que não leem os gibis, mas está abaixo do potencial que o personagem tem, amparado pela presença em cena de um excelente Robert Downey Jr. O vírus extremis utilizado no filme é uma boa ideia já explorada nas HQs mas não basta para fazer uma terceira parte à altura desse grande personagem que consegue ser tão em sintonia com os tempos atuais em que perdemos nossa humanidade frente à tecnologia em vez de tentar empregá-la para fins mais construtivos como Stark, ainda que suas falhas atrapalhem, aliás justamente por causa delas que nos identificamos com um homem de armadura, digo… de ferro.

No próximo artigo vamos rever as melhores histórias do personagem nas hqs.

Deixe um comentário