Por Adilson Carvalho

Em 1984 James Cameron era um nome praticamente desconhecido do grande público, tendo com seu trabalho único o desastroso Piranha 2 – Assassinas Voadoras (1981), que Cameron roteirizou e dirigiu. Quando desenvolveu o projeto de O Exterminador do Futuro, co-escrito com sua namorada Gale Anne Hurd, Cameron estava desempregado pois havia sido demitido pelo estúdio para o qual fez Piranha 2. Ironia da vida que os US$6,4 milhões de investimentos tenham resultado em um fabuloso lucro de US$ 78.371.200, que impulsionou a carreira do ambicioso Cameron e de seu astro, o austríaco Arnold Schwarzenegger, que tem apenas 14 falas o filme todo. Antes de escalar o ex Conan para o papel de máquina assassina irrefreável, Cameron quase escalou O.J.Simpson (Corra que a Polícia Vem ai) mas o estúdio o achava com cara de “bonzinho demais”. Outra ironia já que anos mais tarde Simpson seria preso pelo assassinato de sua esposa.

Em 2029 uma inteligência artificial chamada Skynet é criada para toda a rede de defesa americana, porém sai de controle e considera todos os humanos uma ameaça. Como resultado usa o arsenal bélico do país e provoca uma guerra nuclear. Os sobreviventes são cercados pelos máquinas assassinos e enviados para campos de extermínio. Um homem chamado John Connor torna-se líder dos humanos em um ataque orquestrado para destruir a Skynet, mas esta envia um ciborgue Cyberdyne 101 (Arnold Scwarzenegger) para o passado com a missão de matar Sarah Connor (Linda Hamilton), mãe de John, antes mesmo dele nascer. Após capturarem um complexo de laboratórios, a resistência descobre o plano da Skynet e o tenente Kyle Reese (Michael Biehn) se oferece para ir ao passado no ano de 1984 proteger Sarah mesmo sabendo que o complexo será destruído, e ele e o exterminador ficarão presos no passado para sempre.

Anos mais tarde, o renomado autor Harlan Ellison acusou James Cameron de plágio, afirmando que Exterminador do Futuro era uma cópia do episódio “Soldier”, primeiro episódio da segunda temporada da série Quinta Dimensão (The Outer Limits). De fato, as semelhanças são impressionantes entre as duas obras, pérolas da distopia científica que traduz em cenas de ação o medo de que um dia máquinas inteligentes se voltem contra a raça humana. Apesar de Cameron negar, a produtora Orion Pictures fez um acordo com Ellison para que não houvesse processo, e além de pagar uma soma em dinheiro também inseriu seu nome nos créditos em cópias posteriores. Mas o sucesso do filme criou uma franquia extremamente popular, e que como não podia deixar de ser eternizaria o Big Arnold ao final dizendo “Eu Vou Voltar”.
Schwarzenegger volta ao CCP no próximo artigo como um policial russo na América oitentista.