POLTRONA 3: VELOZES & FURIOSOS 10

Por Adilson Carvalho

Ainda que cada vez mais absurdo e irreal em sua história, a franquia Velozes & Furiosos, agora em seu décimo filme, tem seu encanto. Talvez justamente por sua megalomania, ofereça um escapismo delicioso para esses tempos cada vez mais conturbados. Existe um carisma inegável no elenco em volta de Vin Diesel, o que colabora com momentos de ação e humor bem costurados quanto ao entretenimento oferecido. Tyrese Gibson, Ludacris, Sung Kang e Natalie Emmanuel formam um núcleo de extrema importância para o desenvolvimento da história, enquanto em paralelo temos Jamos Momoa (Aquaman) em um jogo de gato e rato com o protagonista que segue em ritmo de montanha russa. Esqueça a lógica e a preocupação com qualquer traço de verossimilhança. É pura fantasia movida a combustível e munida de excelentes profissionais técnicos e dublês que garantem o espetáculo de pirotecnia que faz o delírio dos amantes dos filmes de ação. Curioso é que quando achamos que a franquia vai perder força, ela se reabstece buscando nos filmes anteriores elementos narrativos que garantem novo fôlego, como no caso de Velozes & Furiosos 10 (Fast X), que faz uso do recurso de retcon (continuidade recontada) para inserir Jason Momoa como um vilão nascido dos eventos de Velozes & Furiosos 5 Operação Rio (The Fast & The Furious V). Sua presença está bem caricata, mas funciona em um filme de ação superlativa em que quase explodem o Vaticano quando o personagem de Momoa planta uma potente bomba nas ruas de Roma, atrai a gang de Toretto para uma armadilha e ainda rouba a lealdade dos bandidos da terrorista Cyper (Theron). Tudo isso para fazer Dominic Toretto sofrer muito. O clima é de pura história em quadrinho já que desde o começo a franquia vem resucitando personagens dados como mortos. Se Letty (Rodriguez) voltou em Velozes & Furiosos 6, e Han voltou em Velozes & Furiosos 9, então preparem-se porque o novo filme marca despedidas e reencontros (Fiquem ligados nas cenas pós créditos). SEM SPOILERS, no entanto, podemos dizer que a franquia brinca com suas próprias regras já que nos exemplares anteriores tanto Brian (o saudoso Paul Walker) como Luke Hobbs (Dwayne Johnson) passaram de algozes a aliados, mas não desta vez. A adição de Brie Larson e Alan Ritchson funcionam bem, e ainda temos a rápida aparição de Ludmilla, mas devo destacar a presença da icônica Rita Moreno , a primeira latina a ganhar um Oscar em 1962 por Amor Sublime Amor, que surge brevemente como a avó de Dom, e confere um ar de classe a uma franquia que nunca fui nenhum primor de roteiro, mas que diverte, e promete transformar este 10º filme em uma trilogia. Melhor sentar e por o cinto de segurança porque esta corrida está longe de acabar.

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