Por Leo Banner
Leo Banner, nosso trekkie favorito, nos relembra tudo que precisamos saber sobre como foi Star Trek Strange New Worlds na 1ª Temporada e nos preparar para a chegada da 2ª

Quem me conhece há algum tempo sabe que tenho duas grandes preferências no Mundo Geek: uma é o Hulk e a outra é Jornada nas Estrelas, ou STAR TREK, nome original que tem sido mais usado de uns tempos para cá! E aqui vamos falar brevemente – sem spoilers – sobre a primeira temporada de STAR TREK STRANGE NEW WORLDS (ST- SNW)!
Criada por Akiva Goldsman, Alex Kurtzman e Jenny Lumet, com a presença de Eugene Rodenberry (filho de Gene Rodenberry, criador da série original) na produção executiva, ST – SNW surgiu como spin-off de STAR TREK DISCOVERY e retrata o período anterior à presença do lendário James T. Kirk no comando da Enterprise, resgatando personagens bastante conhecidos dos fãs de longa data e atualizando conceitos, visuais e interações!
E ainda que isso possa gerar (ou ter gerado) alguma insegurança naqueles fãs mais ardorosos e conservadores, posso assegurar àqueles que ainda não viram ou não se dispuseram a ver a série, ST – SNW não apenas resgata antigos personagens, como também atualiza de forma muito respeitosa e satisfatória alguns conceitos clássicos, cria novas relações e situações respeitando o cânone estabelecido na série clássica, na Nova Geração e nas seguintes!

Como todo fã de Jornada nas Estrelas sabe, o antecessor de Kirk no comando da Enterprise foi Christopher Pike (Anson Mount), acompanhado de sua Imediato e do oficial de ciências, Senhor Spock, interpretados originamente por Jeffrey Hunter, Majel Barrett e Leonard Nimoy, respectivamente!
E, ainda que todo fã adore tudo que que aconteceu com James Kirk e companhia, duvido que não houvesse um fã que se perguntasse ou questionasse sobre o que aconteceu naqueles anos que vieram depois do piloto “THE CAGE” ou sobre os fatos que antecederam ao terrível acidente que selou o destino do capitão Pike (e antes que alguém possa me xingar, ISSO não é spoiler, pois faz parte do cânone de STAR TREK e é amplamente conhecido)!
Dito isso, essa nova empreitada de STAR TREK tem como ponto de partida a convocação do Capitão Pike (magistralmente interpretado por Anson Mount) para uma missão de resgate onde já somos apresentados a uma tripulação com alguns rostos e raças familiares, bem como a novos personagens, como o Engenheiro-Chefe Hemmer (Bruce Horak) , um andoriano albino com uma peculiaridade interessante , o médico da nave, Doutor Joseph M’Benga (Babs Olusanmokun) e o sempre diligente Spock (muito bem interpretado por Ethan Peck que, vale dizer, é neto do grande Gregory Peck) e algumas outras presenças da série clássica que sofreram interessantes atualizações (como a enfermeira Christine Chapel, papel de Jess Buch) e outras relevantes e surpreendentes adições!

Alguns fãs mais atentos pescarão as referências já a partir dessa primeira história, como por exemplo, o sobrenome da personagem La’An Noonien-Singh (Christina Chong), que tem uma antiga relação de amizade com a Imediato (agora interpretada pela bela Rebecca Romijn). Mais um ponto interessante é que um dos grandes mistérios de toda a saga de Jornada nas Estrelas desde sua estreia em 1966 foi resolvido com STRANGE NEW WORLDS, que foi justamente o NOME da personagem “Imediato” (ou “Número 1”): Una Chin-Riley, que além do nome muito apropriado, também tem detalhes do seu passado que começam a ser revelados gradualmente. Além disso, temos também detalhes da vida pregressa de Spock, como seu noivado com T’Pring (revelado no episódio “Tempo de Loucura” da série clássica) e várias outras abordagens e revisitações que farão muitos fãs se vincularem cada vez mais com a série!
É importante ressaltar que a qualidade da produção é impecável, a direção dos episódios é extremamente hábil e competente, e os roteiros foram tão cuidadosamente elaborados que em alguns momentos é impossível não se sentir imerso na atmosfera da série clássica! E, acredite, isso não é qualquer demérito, muito pelo contrário!
A abertura é um espetáculo à parte pois remete à série clássica, mas dessa vez com Pike falando a célebre introdução na abertura que começa com “Espaço, a fronteira final…”; e ainda que a música da abertura seja totalmente diferente da música da série clássica, ela tem pequenos arranjos na melodia que remetem à trilha original de Alexander Courage!

Com relação às histórias, é importante destacar que o padrão é episódico, cada história é essencialmente fechada, mas com pequenos detalhes que vão se desenvolvendo gradativamente, como a dramática situação envolvendo o doutor M’Benga e o tormento que paira sobre Pike acerca de seu destino! Algumas histórias tem um ritmo melhor que outras, mas isso não compromete a qualidade da série em nenhum momento, que tem situações emocionantes e também empolgantes, como a última história da primeira temporada que, para mim, foi a melhor, pois se trata de uma grande homenagem e de certa forma revisita o décimo quarto episódio da primeira temporada da série clássica (“O Equilíbrio do Terror”)! Definitivamente surpreendente em vários aspectos tanto para novos quanto para antigos fãs!
Diante do exposto, posso assegurar que STAR TREK – STRANGE NEW WORLDS foi uma das melhores surpresas no universo de STAR TREK dos últimos anos, e que veio num excelente momento de forma que promove um necessário revigoramento de uma série que considero como sendo uma das melhores de todos os tempos! Merece atenção, merece ser conferida, merece ser apreciada sob todos os aspectos, seja você um antigo fã da velha guarda ou um potencial fã que busca conhecer mais sobre o fascinante universo de Jornada nas Estrelas! Tenho certeza de que não irá se arrepender! (A série está disponível no Paramount Plus)
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻