IN MEMORIAN: CARMEN SEVILLA (1930-2023)

Por Paulo Telles e Equipe CCP

Morreu nesta terça feira (27) a atriz, cantora e dançarina espanhola Carmen Sevilla, aos 92 anos de idade. Ao longo de quase seis décadas de carreira artística, Carmen se destacou na Europa e também em Hollywood, muito embora tenha feito poucos filmes norte-americanos. Mas foi nos palcos que a atriz brilhou com mais intensidade, como uma das cantoras mais populares da Espanha.

Maria del Carmen García Galisteo nasceu em Sevilha, na Espanha, em 16 de outubro de 1930. Carmen deu seus primeiros passos na carreira artística aos 12 anos de idade, quando ingressou na Companhia de Estrelita Castro. O diretor da companhia não conseguia decorar seu nome, e como haviam outras alunas com o nome de Carmen no grupo, passou a chamá-la de Señorita Sevilla, que acabou tornando-se seu nome artístico.

Carmen Sevilla em VIOLETAS IMPERIAIS

Não demorou para que a jovem Carmen fosse contratada pelo Balé de Montemar. No cinema, seu primeiro papel foi em uma pequena participação, não creditada, no filme Serenata Espanhola (Serenata Española, 1947). Mas em 1949, ela alcançou o estrelato ao filmar Jalisco canta en Sevilla, uma produção mexicana, rodada na Espanha. Nos anos seguintes ela seria estrela de diversos filmes espanhóis populares, como La Guitarra de Gardel(1949), filmado na Argentina. Em 1951 contracenou no cinema pela primeira vez com o famoso tenor basco Luis Mariano (1914-1970), em O Sonho de Andaluzia (El Sueño de Andalucía, 1951). Mas foi em 1952 que Carmen encantou as telas no filme Violetas Imperiais(Violetas Imperiales, 1952), interpretando uma cigana por quem o nobre Don Juan de Ayala (Luis Mariano) se apaixona. O sucesso do filme projetou o nome de Carmen Sevilla mundialmente, embora ela já fosse uma grande estrela na Espanha e México.

Carmen Sevilla em 1955

Carmen seguiu atuando na Espanha, França, México e Argentina. E ao lado de Fernandel (1903-1971), protagonizou outro sucesso, Os Amores de Dom Juan (Don Juan, 1956). Nesta época, Hollywood fitava-a, mas a atriz e cantora recusava os convites para trabalhar na famosa meca do cinema mundial.  Mas foram os executivos de Hollywood a ir até ela. Contratada pela Paramount, estrelou Cigana Espanhola (Spanish Affair, 1957), dirigido por Don Siegel (1912-1991). 

Lobby Card do filme REI DOS REIS (1961). Carmen Sevilla no papel de Maria Madalena
Carmen Sevilla como Maria Madalena em REI DOS REIS, de Nicholas Ray (1961)

No cinema norte-americano, talvez o papel mais lembrado de Carmen seja no filme religioso Rei dos Reis (King Of Kings, 1961), dirigido por Nicholas Ray (1911-1979) e produzido pelo mega-produtor Samuel Bronston (1908-1994). Bronston, produtor cinematográfico russo naturalizado norte-americano proprietário de inúmeros estúdios na Espanha, era fã da atriz e cantora, e a convidou para interpretar Maria Madalena.

Com nosso saudoso Jardel Filho, em O SEGREDO DE MÔNICA, filme argentino de 1962

Nos anos seguintes, atuou em outros trabalhos, chegando a contracenar com o lendário ator brasileiro Jardel Filho (1927-1983) no filme argentino O Segredo de Mônica Buscando a Mónica, 1962) e esteve no Brasil como uma das atrações internacionais nos palcos da TV Record (São Paulo) e TV Rio (Rio de Janeiro) em 1964. Em 1972, Carmen foi dirigida por Charlton Heston (1923-2008) em À Sombra das Pirâmides (Antony and Cleopatra, 1972), rodado na Espanha e Inglaterra, e estrelado pelo próprio Heston. O último filme da artista para o cinema foi em 1978.

Com Charlton Heston em À SOMBRA DAS PIRÂMIDES (1972)
Carmen Sevilla veio ao Brasil para Shows em 1964
Carmen em 2006
A atriz e cantora nos últimos anos.

Carmen voltaria a carreira de atriz em 1986, para a TV, atuando em novelas.  Em 2009, ainda em plena fase de atividades pela televisão, ela foi diagnosticada com o Mal de Alzheimer, e em seus últimos anos, vivia numa casa de repouso. Carmen Sevilla foi casada duas vezes, do primeiro casamento teve um filho, Augusto J. Algueró.

Deixe um comentário