Por Leo Banner

Em 2022 a DC anunciou o novo crossover entre O Cavaleiro das Trevas e o Soldado do Inferno, que foi publicado pela Panini Comics em abril de 2023, na esteira da coleção clássica dos encontros dos dois personagens, sobre a qual já falamos anteriormente. A história é escrita pelo criador do Spawn, TODD McFARLANE, com desenhos de GREG CAPULLO e arte-final de McFARLANE com JONATHAN GLAPION, e, curiosamente, é ambientada ANTES do encontro produzido por FRANK MILLER e TODD McAFARLANE, como uma cena da história da sugere.
A trama gira em torno da data do aniversário da morte dos pais de Bruce Wayne, que também carrega um significado especial e tormentoso para Al Simmons (decorrente de acontecimentos mostrados em SPAWN CONTRA SATÃ, da Editora NEW ORDER). A história tem participação de membros da chamada CORTE DAS CORUJAS (um grupo cultista que age nos bastidores do poder em Gotham City), do Coringa e das hostes demoníacas que desejam cooptar a alma de SPAWN, sendo uma narrativa que envolve deslocamentos temporais e outros detalhes que é melhor não mencionar para não entregar toda a trama rasa e pretensamente épica concebida por Todd McFarlane. Sobre a arte, Greg Capullo sempre teve um estilo que me agradou pois mesmo quando passou a desenhar Spawn, com arte-final predominantemente de Danny Miki, seu estilo não se rendeu totalmente aos exageros da chamada “era Image”, mantendo um tom sombrio e um bom nível de detalhamento. No entanto, nesse novo crossover entre Batman e Spawn, o lápis de Capullo – não sei se por influência da arte-final da dupla McFarlane e Glapion ou por opção do próprio desenhista – em alguns pontos está absurdamente exagerado, chegando a retratar o Batman com proporções de halterofilista em algumas cenas e em outras mostrando-o com um pescoço alado.

No final das contas, trata-se de um caça-níquel medíocre, com um roteiro ruim e confuso com pretensões de profundidade. McFarlane – na minha opinião, claro – sempre foi um bom desenhista (ainda que cheio de limitações quanto à capacidade narrativa) mas nunca passou de um roteirista medíocre. O fato de ter acertado uma vez em um roteiro para o Homem-Aranha (no arco TORMENTO, e ainda assim não é lá tudo isso) lhe fez acreditar no alto de toda sua arrogância que era um roteirista de mão cheia. Não é e nunca foi. Tanto que as melhores histórias de SPAWN não foram escritas por ele. Basta ver os dois encontros anteriores entre os personagens, onde as histórias estão longe de serem marcantes, mas ainda assim são infinitamente superiores à trama escrita por Todd McFarlane.
Crossovers são difíceis, hoje em dia existem vários deles ao longo das últimas décadas, mas só consigo pensar em alguns poucos nos últimos 50 anos que valem a pena, que são Superman contra Homem-Aranha (o primeiro apenas), Novos Titãs versus X-Men e Liga da Justiça e Vingadores (do começo da década de 2000, por Kurt Busiek e George Pérez). Todos mereciam republicações e seriam opções muito melhores que essa tranqueira sobre a qual falamos hoje. 😝
Definitivamente esse terceiro encontro entre Batman e Spawn não é uma história para se recomendar, a não ser em alguma promoção em que o valor saia pela metade do preço de capa (o valor cheio é R$ 24,90), no mínimo. 😬
Avaliação: 1 /5.
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻