DISNEY 100: BRANCA DE NEVE 7 OS SETE ANÕES.

Por Adilson Carvalho

Eu tinha uns 7 anos quando fui a um cinema assistir Branca de Neve & Os Sete Anões em uma exibição especial em minha cidade. Foi marcante, mesmo que na época eu não soubesse do valor histórico do que estava diante de meus olhos. Foi o primeiro longa-metragem de animação produzido nos Estados Unidos, o primeiro totalmente a cores, o primeiro a ser produzido por Walt Disney e o filme que inaugurou a longa linhagem das princesas Disney. Antes de Branca de Neve e os Sete Anões, o estúdio Disney tinha produzido principalmente curtas-metragens de animação das séries Mickey Mouse e Silly Symphonies. Disney tinha esperança de expandir o prestígio e conseguiu, mesmo com a indústria de Hollywood se referindo ao filme ironicamente como “Disney’s Folly“, algo como “Loucura do Disney” enquanto estava em produção. Ele teve que hipotecar sua casa para ajudar a financiar a produção do filme, custando um total de US$ 1.488.422,74 milhão, uma valor enorme para um longa-metragem em 1937.

Adaptado do conto dos Irmãos Grimm, a animação conta a história da princesa Branca de Neve, invejada pela rainha malvada, que morre de ciúmes de sua beleza e manda matá-la. Logo, descobre que a jovem não morreu e está morando na floresta com sete anões, que trabalham nas minas. A princesa então é envenenada pela rainha e só o beijo de um príncipe pode salvá-la. Os nomes dos sete anões foram escolhidos através através dos traços das suas personalidades, assim o chefe dos anões foi nomeado Doc (Mestre); Grumpy (Zangado), Bashful (Dengoso), Sleepy (Soneca), Happy (Feliz), Sneezy (Atchim) e Dopey (Dunga), que acabaria por revelar-se o mais popular deles. Primeiro, Walt pensava que os anões seriam o foco principal da história, havendo muitas sequências escritas para os sete adoráveis personagens. No entanto, foi decidido que o principal foco da história seria a relação entre a Rainha e Branca de Neve.

Embora tenham sido filmadas cenas reais de Branca de Neve, do Príncipe Encantado e da Bruxa como referência para os animadores, os artistas desaprovaram a técnica da rostocópia, considerando-a como uma dificuldade para a produção de uma caricatura eficaz. Assim, algumas cenas de Branca de Neve e o Príncipe foram diretamente traçadas a partir do live-action filmado. As canções em Branca de Neve e os Sete Anões foram compostas por Frank Churchill e Larry Morey. Paul Smith e Leigh Harline compuseram a trilha de música incidental. As canções conhecidas de Branca de Neve e os Sete Anões incluem Heigh-Ho, Someday My Prince Will Come e Whistle While You Work, criando praticamente a noção da importância da trilha sonora para uma animação. O resultado foi um Oscar honorário já que em 1937 não existia a categoria melhor animação. Pode ser dito sem exagero que Disney criou um gênero e seu impacto perdurou por décadas até que o advento da computação gráfica trouxesse avanços inegáveis.

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