Por Adilson Carvalho

Enquanto megalodontes invadem as telas do cinema, vamos conferir um pérola nacional parodiando o clássico de Spielberg. Dando um sabor brasileiro à história da fera do mar atacando banhistas tivemos Bacalhau, de 1975, dirigida por Adriano Stuart (1944-2012) que dirigiu vários longas dos Trapalhões. O filme é estrelado por Helio Souto, Mauricio do Vale Helena Ramos, Dionísio Azevedo , Marlene França, Rejane Lima, Neuza Borges, Matilde Mastrangi e Canarinho. Essa pérola de nossa cinematografia mostra uma cidade no litoral paulista atacada por um peixe de origem desconhecida. Conhecedores da fauna marítima são convocados para o local e um oceanógrafo português identifica o peixe como sendo um bacalhau da Guiné. O espécime é perseguido incessantemente até ser capturado. Servido como banquete para a população do local, o peixe ainda assim não se deixa vencer e prepara uma surpresa para os convidados famintos. O bacalhau usado nas filmagens ainda traz a marca “Made in Ribeirão Preto”. Claro que a sensualização de atrizes como Helena Ramos e Marlene França fez parte da produção, como era típico dos filmes nacionais realizados na época. Não há a intenção de ser original, mas de explorar comicidade e sensualidade como componentes cênicos, compensando pelo baixo orçamento. O clima da produção não se leva a sério em nada como na isca usada para capturar o peixe assassino feita com os discos da cantora e atriz portuguesa Amália Rodrigues. Surpreendentemente foi um dos filmes brasileiros de maior bilheteria em 1976.
Esse filme deveria ser refilmado.
CurtirCurtir