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Memória Rádio Vintage: As Fotonovelas

Criadas na Itália no final da década de 1940, as fotonovelas apresentavam uma narrativa visual formada por um conjunto de fotografias acompanhadas pelo texto verbal (semelhante aos “balões” das histórias em quadrinhos). Cada quadrinho da sequência correspondia a uma cena, criando assim uma argumentação lógica que construía gradativamente toda a história.
As fotonovelas viveram seu auge entre as décadas de 1950 e 1970, período em que obtiveram seus melhores números em vendas. No Brasil, “Encanto” foi a primeira revista do gênero e seu sucesso impulsionou o lançamento de outras publicações, como “Capricho”, “Contigo”, “Noturno”, “Grande Hotel”, “Fascinação”, “Carícia” e “Sétimo Céu” (esta última pertencente à Bloch, que produzia sua fotonovelas no Brasil – diferente de outras editoras como Abril, Rio Gráfica e Vecchi, que importavam publicações italianas). Entre 1960 e 1980 mais de 20 títulos circulavam por bancas tupiniquins, cujas vendas só eram superadas pelas então imbatíveis HQ’s infantis. Destaque para a revista Capricho, que em meados da década de 1970 despontava na liderança entre as mais vendidas do país.
Todavia, com a popularização da televisão na década de 1980, as vendas de revistas com fotonovelas começaram a declinar. Na busca pela sobrevivência em um mercado altamente competitivo, publicações como “Cartaz” (Rio Gráfica), “Amiga” (Bloch) e “Intervalo” (Abril) voltaram-se para as telenovelas. Atualmente, produtores de fotonovelas têm se valido de novas tecnologias na busca pelo público, agregando à narrativa consagrada do passado as manipulações visuais, animações em flash e até mesmo trilhas sonoras disponíveis nos dias de hoje. Se a nova geração de fotonovelas será ou não um sucesso, é assunto que vamos deixar para o próximo capítulo!
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