CICLO DA FICÇÃO CIENTÍFICA : 2001 UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO

Por Adilson Carvalho

Uma das discussões mais intensas vem sendo o impacto da aplicação da inteligência artificial. As implicações científicas e morais são inúmeras e despertam um misto de fascínio e medo. Chat GPT, Alexa, Siri, Face ID são descendentes reais de Jarvis, Skynet, Colossus, Matrix e outros similares. Um dos mais assustadores e revolucionários foi Hal 9000,  A inteligência artificial por trás da nave espacial do filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço se volta para controlar totalmente a nave a fim de finalizar sua missão a qualquer custo.  O filme de ficção científica de 1968 foi produzido e dirigido por Stanley Kubrick, co-escrito pelo próprio junto a Arthur C. Clarke autor do  conto The Sentinel do próprio Clarke. Um romance de mesmo nome, escrito concomitantemente com o roteiro, foi publicado logo após o lançamento do filme. O filme é memorável por sua trilha sonora, resultado da associação feita por Kubrick entre o movimento de satélites e os dançarinos de valsas, o que o levou a usar a valsa Danúbio Azul, de Johann Strauss II, e o famoso poema sinfônico de Richard Strauss, Also sprach Zarathustra, para mostrar a evolução filosófica do Homem, teorizado no trabalho de Friedrich Nietzsche de mesmo nome. Os temas lidam com a evolução humana, o avanço da tecnologia, vida extraterrestre e … a inteligência artificial.

Hal 9000, e seu assustador olho vermelho, assume o papel de antagonista ao perceber que as vidas humanas são dispensáveis, e a sua missão o coloca acima da moralidade humana, e chega a se desculpar a David Bowman (Keir Dullea) pelos seus atos na adaptação cinematográfica de Kubrick. Sua evolução é parte essencial da narrativa em torno dos mistérios do monolito negro. Hal voltaria a aparecer nas sequências 2010 – O Ano que Faremos Contato, filmado em 1984, e nos livros 2061 – Odissey Three e 3001 – Final Odissey. O filme de Kubrick, lançado um ano antes do homem ter pisado na lua, é um triunfo de seu gênero e um dos maiores da história do cinema, mas também um assustador de que o avanço inegável da inteligência artificial deveria ser melhor refletido para que o homem não perca seu valor à sombra de sua própria criação.

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