Por Adilson Carvalho

Já havia dito antes, o fato é que a DC falhou em adaptar Flashpoint. Promete muito, mas não cumpre ser um reboot eficiente para o universo DC nas telas. O filme tem humor e é cheio de referências à cultura pop, principalmente De Volta Para o Futuro, mas não decola talvez até sendo sintomático que o gênero super herói precisa se reinventar. Mas o problema é justamente que essa mistura toda, não funciona e algumas piadas acabam mais na intenção do que no efeito desejado, até porque a trama está ainda muito amarrada ao moribundo Snyderverso. As aparições de Jeremy Irons (Alfred), Ben Affleck (Batman) e Gal Gadot (Mulher Maravilha) até funcionam no começo já que é preciso mostrar uma transição entre o que foi e o que será. Mas a presença dos dois Barry Allen não funciona principalmente porque a figura de Ezra Miller está muito presa aos escândalos nos quais se envolveu. Fica difícil se identificar com um Barry imaturo e um Barry mais responsável, já que o ator não agrada nem convence. No fim das contas, o melhor do filme do Flash é a presença do Batman de Michael Keaton aos 71 anos com direito à fabulosa trilha sonora de Danny Elfman. Onde está o Flash Reverso, no entanto ? O grande vilão de ponto de ignição nas hqs ?

A saga dos quadrinhos que inspirou o roteiro do filme, é sub aproveitada e Zod como antagonista não funciona. Sasha Calle convence como Supergirl e seu carisma tem uma boa breve participação, mas para quem leu a hq de Geoff Johns, sabe que podia ter rendido melhor resultado se o roteiro tivesse maior esmero. A direção de Andy Muschietti (It a Coisa) é dinâmica e cria um espetáculo tal qual um video game capaz de agradar jogadores de Injustice; e agradou até o astro Tom Cruise, que elogiou o filme. Para os fãs de quadrinhos o filme ainda reserva rápidas aparições dos Supermen de George Reeves, Christopher Reeve e até Nicolas Cage, que quase chegou a viver o personagem em um filme de Tim Burton. A Supergirl de Helen Slater também pode ser vista no final e George Clooney repete seu Bruce Wayne galante. Suas aparições são uma cereja de bolo bem curiosa. Pena que o roteiro não é melhor e acaba fazendo da aventura do Flash um filme menor dentro de um filme que presta tributo à história do universo DC nas telas. Serve assim mais como um epílogo do que foi feito até agora do que um reboot propriamente dito. Disponivel a partir de 25 de agosto.