Por Leo Banner

AVISO:
Hoje vamos para segunda parte da resenha de Blueberry, edição definitiva da editora Pipoca e Nanquim. De antemão, no entanto, vou me dirigir a você que nos brinda com sua presença para informar sobre uma pequena alteração que farei na estrutura dessas resenhas. Num primeiro momento pensei em fazer uma análise de cada um dos nove álbuns constantes na maravilhosa edição da Pipoca, mas a partir desse post vou abordar os álbuns de forma mais sucinta e objetiva para que não fique algo demasiadamente demorado, enfadonho ou cansativo de se ler e, principalmente, para evitar entregar MAIS do que deveria. Espero que assim possa contribuir de forma mais satisfatória não só na análise desse fantástico material quanto na convicção daqueles que ainda pretendem adquirí-lo.😉

RECAPITULAÇÃO:
Depois de serem injustamente acusados massacre da família Stanton, os indígenas liderados por Cochise aceitam se reunir com a liderança do Forte Navajo, responsável pela segurança das áreas circunvizinhas! Mas um fato inesperado tira o equilibrado coronel Dickinson do comando deixando o preconceituoso e inescrupuloso Bascom no controle das negociações. Ao tentar matar sem sucesso o líder dos apaches, Cochise, Bascom consegue capturar alguns que acompanhavam o chefe indígena. Ignorando os apelos de Blueberry, Graig e Crowe (um mestiço meio-índio que se alistou no exército norte-americano), Bascom insiste em manter os indígenas que acompanhavam Cochise sob custódia, o que, aliado à tentativa de assassinato cometida pelo coronel intransigente, leva Cochise a declarar guerra, deixando o Forte Navajo no olho do furacão.
A partir de agora retomamos nossa análise falando dos principais pontos dos álbuns seguintes, a começar por
TEMPESTADE NO OESTE
Publicado originalmente na França em 1966 sob a forma de álbum (depois da publicação em formato de tiras semanais na revolucionária revista PILOTE), foi publicada no Brasil pela editora Vecchi em 1980 (sem continuação) e pela Abril na revista BLUBERRY #1, em outubro de 1990, e trata-se da continuação imediata dos eventos de FORTE NAVAJO. Cochise envia uma mensagem para o Forte Navajo para que libertem os reféns indígenas capturados na história anterior. Crowe aconselha que Bascom aceite a oferta do chefe indígena, o que é prontamente refutado pelo irascível coronel que considera a sugestão do mestiço um desacato e manda prendê-lo imediatamente por traição. Com a convicção de que apenas o restabelecimento do Coronel Dickson poderia remediar a situação, Blueberry se oferece para tentar buscar um antídoto em Tucson. Nessa história temos mais um vislumbre da astúcia do tenente Blueberry que se lança numa situação altamente arriscada para tentar evitar um conflito sem sentido. Dessa vez, ao contrário do que fiz no post passado, vou me ater apenas aos aspectos gerais da trama e passar para a história seguinte, que é

ÁGUIA SOLITÁRIA
Continuação da história anterior, esta edição foi publicada na França pela primeira vez em forma de álbum em 1967, e publicada no Brasil pela primeira vez em BLUEBERRY #2, da editora Abril em novembro de 1990. Depois de descobrir quais foram os verdadeiros responsáveis pelo rapto do menino Stanton e resgatá-lo com a ajuda de Crowe, Blueberry se vê numa missão de tentar contactar o general Crook, que comanda as operações contra os apaches para informá-lo sobre a realidade dos fatos. Para tal, assume a liderança de uma escolta destinada a levar armas e munições para o citado general, tendo mais uma vez toda sua astúcia posta à prova para alcançar seu intento. Nessa edição somos apresentados ao nêmesis do tenente Blueberry nesse primeiro grande arco de histórias, que se revela uma raposa tão ardilosa e inteligente quanto nosso herói. Vale mencionar que os acontecimentos vão se desenrolando de uma forma que um quadro tenebroso começa a se desenhar no horizonte! O roteiro de JEAN-MICHEL CHARLIER é minucioso e detalhista sem ser enfadonho, entregando o que precisa no momento certo, mostrando cada vez mais a habilidade de Blueberry em contornar situações inusitadas e aparentemente sem solução, ao passo que a arte de JEAN GIRAUD nos brinda com belos quadros e sequências de tirar o fôlego. Um aviso para aqueles que nunca leram essa pérola, não esperem splash pages (ilustrações bombásticas de páginas inteiras) pois antes de serem compiladas em álbuns, as sequências eram publicadas em formato de tiras semanais, como mencionei no início. Mas não deixe que esse pequeno detalhe o impeça de conferir essa obra-prima dos quadrinhos franco-belgas.😉
Avaliação: 4,5/5.
Em breve retorno com a continuação dessa resenha com a conclusão do primeiro ciclo de histórias do Tenente Blueberry.
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻