ENTREVISTA COM THALES DE CARVALHO – CONHEÇA A METRÓPOLIS LIVRARIA

Por Adilson Carvalho

Adilson: Os filmes de super heróis não são um fenômeno atual. Sempre tivemos filmes do gênero como o Superman, de Christopher Reeve, a Batmania dos anos 60 (Adam West & Burt Ward), e dos anos 80 (Michael Keaton), fora os seriados dos anos 40. O que justifique, em sua opinião, esse fascínio pelos super heróis a cada geração ?

Thales: Toda criança quando começa a ver televisão começa a ver filmes e desenhos de super heróis, e sempre vão sendo feitos novas versões de heróis além de novos personagens que são lançados e a garotada cresce assistindo. E agora, com a computação gráfica tudo fica ainda mais real. Era tudo que a gente queria ver quando éramos crianças também. Somos quando adultos uma geração que volta a ser criança de novo e o quadrinho sempre esteve aí, se renovando, se atualizando. O pessoal consome e gosta, todos nós gostamos mesmo nessa era de computadores.

Adilson: Qual seu personagem favorito?

Thales: Não tenho um único favorito, mas os que eu mais gosto são Batman, que eu acho que é o cara, óo Superman, o Homem de Ferro e o Thor, embora não tenha gostados dos filmes dele, quando pequeno eu adorava o Thor. Mas até hoje ainda não vi um filme bom do Thor como tiveram o Capitão América, os X Men etc.

Adilson: Você já assistiu o filme dos Guardiões da Galáxia – Volume 3? E qual sua expectativa pelo filme do Flash ?

Thales: Ainda não assisti o Guardiões da Galáxia Volume 3, mas pretendo ver. Meus clientes aqui da Metrópolis, que viram, falaram bem do filme. O filme do Flash está sendo muito aguardado, embora já se perceba que mudaram algumas coisas da história adaptada, que é o Ponto de Ignição. Mas geralmente nenhum filme de super herói segue a linha dos quadrinhos originais tal qual foram feitos, sempre há mudanças na adaptação. Mas pelo que vi no trailer, parece estar muito bom.

Adilson: Qual sua adaptação de quadrinhos favorita?

Thales: Eu amo o Batman Begins, o Superman Homem de Aço pela DC e pela Marvel o primeiro filme do Homem de Ferro e do Capitão América.

Adilson: Que série desse de heróis no streaming, você recomenda?

Thales: Ainda não assisti Superman & Lois, da HBOMAX, mas The Boys é violenta mas muito boa. Também gostei muito de Sandman, da Netflix e espero que tenha continuidade. Do lado do Star Wars, a melhor é O Mandaloriano, muito interessante. Andor também gostei. Confesso também que The Last Of Us é muito interessante, bem feita e demonstra o alto investimento que a Warner fez. Impressionante, pois os efeitos destes são a nível de cinema.

Adilson: Que material vende mais atualmente na loja, os atuais ou os clássicos republicados em coletâneas e edições especiais?

Thales: São as coletâneas as mais procuradas. As reedições dos quadrinhos antigos atraem até mesmo a garotada de hoje, que não acompanhou os lançamentos da RGE ou da Abril. As sagas antigas foram muito mal lançadas no passado, com muitos cortes. Hoje temos material muito bom como Coleção Clássica Marvel, A Saga do Batman e A Saga do Demolidor. Mesmo A Saga do Superman, que a Panini informou que vai interromper a publicação, sempre teve muita saída aqui, assim como a Saga do Homem Aranha. Toda essa coleção clássica da Marvel, que começa nos anos 60, com volumes dedicados a cada um dos heróis, é o top de vendas aqui da loja. Sempre reponho os números já vendidos porque tem muita procura.

Adilson: E quanto ao Ômnibus ? Deu certo este tipo de publicação ? O que você das encadernações ? Elas podem ser facilmente adquiridas pelo leitor ?

Thales: Temos encadernações de sagas como Milênio e Lendas da DC e os ômnibus do Flash de Geoff Johns e do Quarteto Fantástico de John Byrne. Tem gosto e bolso para todo mundo. Muita gente que trabalha hoje, se desfaz dos formatinhos da Abril para ter as edições Omnibus, que são completas e em papel de qualidade. Bom para botar em uma estante, olhar e dizer “Isto é bom demais”. É de luxo, caprichada, mas cara, O que acho é que deveria de existir uma linha de quadrinhos mais em conta que pudesse conquistar um leitor que quer colecionar, mas não tem condições de pagar 25 ou 30 reais ou 500 reais. Tem garotos como eu, que economizava a mesada da merenda para comprar quadrinhos. Hoje já fica difícil porque está caro para poder comprar esta avalanche de títulos. Muita coisa boa sendo vendida ao mesmo tempo. A Panini reduziu os estoques e aumentou o preço de venda. Às vezes não conseguimos “aquela edição” pela editora, mas corremos atrás e conseguimos uma edição já de segunda mão, mas em bom estado. A Panini deveria de ter mais cuidado para trazer este novo leitor, criar novos colecionadores. O legar é você ter, ler e reler.

Adilson: Você tem pérolas aqui na loja. Quais são as que mais tem saída ?

Thales: O material mais raro que consigo, não colocamos caro aqui na loja, mas com um preço acessível. Não adianta por um preço alto, quero que o colecionador venha e volte. Ligamos para os clientes e avisa o que conseguimos. Assim que a gente trabalha. Esse material raro não fica aqui na loja muito tempo porque sai logo. Mas temos por exemplo Preacher (os antigos), Watchmen, o álbum Superman vs Mulher Maravilha desenhado pelo José Luis Garcia Lopes, alguns Justiçeiros antigos, Hellblazer. Material difícil de aparecer, ams quando aparece, sai rápido.

Adilson: Antigamente tinhamos uma variedade maior de títulos com personagens como Mortadelo & Salaminho, Brasinha, Recruta Zero, Mandrake e Fantasma, entre outros. Por que esses personagens desapareceram de repente?

Thales: Eu acho que pela quantidade de títulos, que as editoras já tem, e a falta de interesse delas em relançar esse material. De vez em quando ainda saem uma reedição clássica de Fantasma ou Mandrake, mas aí é um tipo de público mais adulto. Esses personagens precisam se atualizar para o público mais jovem, que consome muito, e já esses personagens mais infantis, as editoras só dão valor ao que vem da Disney e ao Maurício de Souza. Elas não tem interesse em reeditar material como Riquinho, Bolota, Brotoeja, Recruta Zero, que eu adorava. Meu amor pelos quadrinhos nasceu através de meu pai e minha mãe.

Adilson: O que acha da longevidade dos quadrinhos de Maurício de Souza ? Qual é o segredo desse sucesso ?

Thales: O Maurício de Souza eu comecei a ler mais tarde. Quando pequeno eu comecei lendo Disney. Comprava também Krypta e super Heróis. Do Maurício, no começo só tínhamos Mônica e Cebolinha, hoje já tem uma variedade maior de personagens editados em títulos próprios. O Maurício tem uma uma super equipe, que sempre se renova. Essas graphic novels que ele lançou foram uma grande sacada. O público leitor que lia quando criança, como eu, agora lê histórias mais caprichadas, mais adultos e com capa dura, resgatando toda uma fatia de público que estava para trás. Além disso, eles sabem muito como lidar com a mídia. Ele me surpreende, como ele se reinventa com o passar do tempo. A parceria do Maurício de Souza com a Panini vem publicando cada coisa sensacional.

Adilson: E os mangás ? Eles ainda são atraentes para o grande público?

Thales: Quando o manga surgiu era barato e foi um boom, mas depois com o atual preço alto do papel ficou um pouco mais caro. A garotada deu uma sumida da loja, mas ainda tem muita procura por títulos como Demon Slayer, Jujutsu, Blu Lock, que é um mangá legal fora o relançamento de Yu Yu Hakusho, Cavaleiros do Zodíaco e outros, são inúmeros. Temos uma variedade bem grande.

Adilson: Você encontra o melhor dos quadrinhos na Livraria Metrópolis na Rua Dias da Cruz, 203 – Loja 11 Galeria – Méier, Rio de Janeiro – RJ, 20720-010 – Tel: 2595-1242. Visitem, o acervo é ótimo e o atendimento também.

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