CINETERAPIA: BELEZA OCULTA

Por Adilson Carvalho

Lidar com o luto é muito difícil, e superar uma perda uma experiência individual para cada um. O roteiro original de Allan Loeb, e dirigido por David Frankel (O Diabo Veste Prada), trouxe um super elenco, encabeçado por Will Smith. A história gira em torno de Howard Inlet (Smith) é um publicitário nova-iorquino que levava uma vida perfeita, até o dia em que sua filha morre. Após essa tragédia pessoal, Howard entra em depressão e passa a escrever cartas para a Morte, o Tempo e o Amor, algo que começa preocupar seus amigos e colegas de trabalho, Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña., de Homem Formiga). Estes contratam três atores para se passarem pelas encarnações da Morte (Helen Mirren de A Rainha), Tempo (Jacob Latimore) e Amor (Keira Knightley, de Piratas do Caribe). O objetivo é tentar fazer Howard despertar novamente para a vida e confrontar sua perda, antes que a empresa que construíram juntos venha a falir. O filme estrelou no Festival Internacional de Cinema do Dubai em 13 de dezembro de 2016, sendo lançado nos Estados Unidos em 16 de dezembro de 2016, recebendo crítica positiva e negativa, faturando mais de 88,5 milhões de dólares em todo mundo.

O filme, de tom edificante, e se passando durante as festas natalinas, consegue fazer uma ponte de identificação não apenas com o personagem de Will Smith, inicialmente pensado para Hugh Jackman (Wolverine), mas também para os personagens que o cercam, cada um igualmente tocados pelas abstrações personificadas da morte, do tempo e do amor. Simon esconde da esposa que está morrendo de câncer e encontra apoio em Briggite / Morte (Mirren) enquanto Claire sofre por querer muito ser mãe, mas sente que o tempo conspira contra seus planos à medida que Raffi/ Tempo (Lattimore) a convence de mudar sua perspectiva. Quanto a Whit, este sofre porque sua filha de 10 anos o odeia e somente a intervenção de Amy / Amor (Knightley) pode curar essa mágoa. Fora do vértice principal tem a figura de Madeleine (Naomi Harris), que está à frente de uma terapia de grupo, e que chama a atenção de Howard à medida que seu lento despertar para a realidade o tira do torpor em que vive.

Um filme fascinante e envolvente valorizado pelas atuações de todo o elenco. Estes tem seu tempo de tela igualmente bem desenvolvidos, cada qual tocando algum ponto de nossas próprias fragilidades. Em termos dramatúrgicos, importa pouco quem os atores realmente são, mas o que conseguem despertar ao seu redor. Segredos de identidade trocam a aparência por um epifania revigorante capaz de expiar nossas próprias dores. Em resumo, um filme emocionante e que pode nos fazer sentir que jamais estamos sozinhos em nossa dor. O filme está disponível na HBOMAX.

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