CICLO 007: CRAIG – OPERAÇÃO SKYFALL

Por Adilson Carvalho

Quando Daniel Craig assumiu o posto de James Bond em 2006, a franquia foi praticamente rebootada, e logo na primeira adaptação Cassino Royale, único livro de Ian Fleming que ainda não havia sido “oficialmente” filmado trouxe um 007 mais frio e calculista, mais sujo no jogo da espionagem, nitidamente influenciado pelo sucesso da franquia Jason Bourne, e também mais próximo do texto de Fleming. Contudo, dentre os 5 filmes da era Craig, o terceiro foi quem melhor soube reapresentar o personagem para a nova realidade das plateias de hoje. Dirigido por Sam Mendes (Beleza Americana) e escrito pot Neal Purvis, Robert Wade e John Logan, 007 Operação Skyfall foi meticulosamente escrito para inserir Bond em uma continuidade renovada, longe do caos narrativo do filme anterior, Quantum of Solace, e muito melhor do que os filmes que o sucederam.

Na história, após uma missão mal sucedida de James Bond (Craig), a identidade de agentes secretos é revelada e o M16, atacado. Ajudado por um novo agente de campo, Bond deverá seguir a trilha de Silva (Javier Barden), um homem que habita o passado de M (Judy Dench) e com quem tem contas a acertar. Embalados pela fantástica trilha sonora com destaque para a canção tema Skyfall, na voz de Adele, premiada com o Oscar, Bond retorna dos mortos para desvendar o mistério de Silva e se reintegrar ao MI6. O filme consegue explorar adequadamente as figuras icônicas que cercam a franquia, e sempre orbitaram as missões de 007, como Eve Moneypenny (Naomi Harris), Q (Ben Whishaw), e a própria M (Judy Dench) que, depois de viver o papel por um total de 7 vezes, faz a passagem do bastão para Garret Mallory (Ralph Finnes) como novo chefe de 007. Outro personagem que se destaca é Kincaid (Albert Finney), encarregado de “Skyfall”, a antiga mansão semiabandonada da família Bond no isolamento da Escócia. O personagem não existe em qualquer dos livros de Ian Fleming e foi criada pelos roteiristas do longa-metragem de 2012, a princípio pensado para Sean Connery, que estava aposentado na época e desinteressado em voltar a atuar.

O filme se tornou o maior sucesso da franquia, atingindo pela primeira vez em 50 anos de 007, a impressionante bilheteria mundial de US$ 1.142.471.295 para um orçamento estimado em torno de US$ 200.000.000. Além do Oscar para o tema de Adele, o filme faturou o prêmio da Academia de melhor edição de efeitos sonoros, tendo sido indicado ainda para melhor fotografia, melhor mixagem de som e melhor trilha sonora. Seja na ação ou na montagem das cenas, o filme é um triunfo para o gênero e para os fãs do agente secreto, que aguarda uma renovação para breve com a escolha do substituto de Craig.

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