HQ TERRITORIO NEUTRO: HAGAR O HORRIVEL

Por Adilson Carvalho

Um bravo e divertido Viking fez mais do que atacar e saquear reinos e aldeias. Ele conquistou todos usando o riso e o bom humor em vez de espada e escudo. Publicado em cerca de 1800 jornais, em torno de 58 países e traduzido para 13 idiomas além de presentes em diversos sites e até mesmo livros didáticos, Hagar o Horrível completou este ano 50 anos de sua primeira publicação, datada de fevereiro de 1973. Esta hq bem sucedida vai muito além de representar a vida medieval em torno dos séculos IX e V, toma a forma de metáforas para a vida contemporânea, conforme criado pelo cartunista novaiorquino Dik Browne (1917/1989).

Hagar é um guerreiro valente que, embora respeitado por seus homens, leva a pior em casa com a esposa Helga e está longe de ser um pai modelo para seus filhos, o intelectual Hamlet e a doce adolescente Honi, cada um deles criado com base na família do próprio cartunista, sendo Hagar o próprio Dik Browne, Helga sua esposa Joan, seu filho Chris Browne é Hamlet, sua filha Sally é Honi, e Chance – seu outro filho – é Lute, o menestrel desafinado que namora Honi. O sucesso de Hagar é um negócio de família com seus familiares cuidando da contabilidade e do processo criativo das tiras. Desde o começo Chris Browne ajudou Dik com as histórias de Hagar, vindo a assumir as tiras por completo quando Dik se aposentou por problemas de saúde em 1989, pouco antes de seu falecimento. Infelizmente, Chris também veio a falecer esse ano, em fevereiro.

Entre os personagens coadjuvantes, um dos mais engraçados é Eddie Sortudo, o assistente de Hagar extremamente ingênuo e limitado, o cão Snert, Dr. Hook que é médico e druída na aldeia de Hagar e Giggles, o torturador do rei que adora fazer cócegas nos prisioneiros. Por décadas, as tiras de Hagar foram publicadas no Brasil nas páginas da Folha de São Paulo e no Globo, nas páginas do encarte Globinho (em breve matéria aqui no site). As tiras continuam sendo mundialmente distribuídas pela King Features Syndicate, a quem pertencem os direitos autorais da marca “Hagar”. Em 1989, um especial de televisão intitulado Hagar, o Horrível:Hagar Knows Best” produzido pela Hanna-Barbera e foi ao ar na CBS, o enredo foi baseado na primeira tira que começou em 1973. O nome do personagem aliás veio por acaso, quando certa vez, o próprio Dik acabara de acordar e seu filho mais novo, Chris, exclamou: “Olhe, mamãe! È Hagar, o horrível“. Bela maneira de começar uma lenda.

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