Por Adilson Carvalho

Quando em 2018, Jason Statham deu vida a Jonas Taylor, criou-se uma franquia nova explorando a figura de um tubarão pré-histórico, que muito bem poderia existir para devorar os políticos corruptos do país. Com mais de US$500 milhões de bilheteria mundial, nada mais natural que uma sequência seja feita. Mas o romance de Steve Alten, publicado em 1997, que foi adaptado em Megatubarão, já ganhou duas continuações literárias. O segundo filme bebe da fonte do segundo livro The Trench, de 1999. Claro, que no jeitinho de Hollywood ! Enquanto no livro Jonas enfrenta um mega chamado Angel, que foi filhote do megalodonte do primeiro filme; no filme dirigido por Ben Wheatley são três megalodontes além de Angel, rebatizada pelos produtores de Haiti.

O filme começa bem com o mergulho da trincheira revelando mais do mundo desconhecido que imaginamos existir abaixo das fossas marinhas. O clima de conspiração que se segue quando se descobre uma exploração clandestina de uma grande corporação injeta na narrativa um interesse maior do que apenas ver tubarões gigantes espalhar o terror. Na segunda metade do filme, no entanto, o show é todo dos tubarões, e mesmo com um octopus gigante e anfíbios carnívoros saindo do fundo do mar, são os megalodontes devorando humanos que conduz a história ao seu final.

Jonas Taylor (Jason Statham) é removido de interesse amoroso, como no livro, e torna-se pai dedicado de Meying (Shuya Sophia Cal). A atriz Li Bingbing não quis retornar, e teve seu personagem dado como morto, e substituída por Wu Jing, como seu irmão. A vilã de Sienna Guillory é bem genérica e nada faz além do trivial, ficando o carisma inegável de Statham com a missão de captar a atenção do público. Com mais de US$ 350 milhões de bilheterias mundial não se espante se um terceiro filme já estiver sendo planejado. Enquanto isso conseguimos nos divertir com o filme de Ben Wheatley.
