Por Adilson Carvalho

Rowan Joffe é um bom roteirista, filho do diretor britânico Roland Joffé (A Missão), tendo realizado trabalhos admiráveis em O Homem Misterioso (The American) de 2010 e Antes de Dormir (Before I Go To Sleep) de 2014. O mesmo resultado não foi alcançado por Paralisia (Locked In), dirigido por Nour Wazzi. A história começa com a enfermeira Mackenzie (Anna Friel) que tenta descobrir a verdade sobre o que aconteceu com sua paciente, a milionária Katherine (Famke Janssen) que está tetraplégica após um grave acidente. Contudo, ela acaba descobrindo uma rede de segredos e traições envolvendo sua nora Lina (Rose Williams) e o Dr. Lawrence (Alex Hassell), médico da família. Um dos problemas do filme está no ritmo com a primeira metade do filme parecendo mais um lento capítulo de folhetim televisivo dos piores. Na segunda metade a narrativa se acelera com a pretensa e nítida intenção de gerar um plot twist, que não gera efeito. Entre um corte e outro percebe-se uma coleção de clichês retirados de outros filmes do gênero como O Destino Bate à Sua Porta (1946 e 1981) e Um Lugar Ao Sol (1951). Deste último o filme de Wazzi chega a copiar a sequência de morte em um lago, mas sem claro o toque de George Stevens. Janssen e Williams atuam bem, mas o texto não ajuda muito enquanto Hassell é pura canastrice, nunca convencendo em seu antagonismo. Apesar de Rowan Joffé ser talentoso, não foi este um de seus trabalhos mais interessantes. Disponível na Netflix.
