POLTRONA 6: FALE COMIGO

Por Adilson Carvalho

Gosto de um bom filme de terror, e procuro me manter de mente aberta quando surge algum com trama bem inusitada. Não é o caso desse lixo que recicla ideias já usadas em outros filmes, sem nada acrescentar à trama de um grupo de amigos carregando uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Não há sutilezas, nem mistério a ser desvendado, e o pior personagens que criem algum vínculo com o público. Viciados no que julgam ser uma brincadeira inconsequente, o jovem Riley (Joe Bird) vai longe demais e abre a porta para o mundo espiritual, sem conseguir fechá-la. O que se segue é um susto banal atrás do outro abusando da escatologia e do mau gosto. Mia (Sophie Wilde), que traz em sua vida uma enorme dor depois da morte de sua mãe, acaba possuída e caminhando por um rastro de morte. A competente atriz Miranda Otto (Senhor dos Anéis) não tem nada a fazer, e nem deveria estar aqui. Exibido no prestigiado Festival de Sundance 2023, o filme chegou a ser considerado um dos mais perturbadores filmes de terror do ano. Sinceramente não vi nada disso nesta produção do estúdio A24. Os diretores estreantes Danny & Michael Phillipou estão muito longe da inventividade de nomes como Jordan Peele (Corra) ou Robert Eggars (A Bruxa), e não se preocupam em criar uma narrativa coerente e envolvente. As ações dos personagens seguem os clichês óbvios do gênero, e refletem aquele susto fácil que se esquece logo, com cenas elaboradas para impactar de forma errada, o susto pelo susto apenas. Por isso tudo, se você gostar mesmo de um bom filme de terror, não assista a esse.

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