122 ANOS DE WALT DISNEY

por Adilson Carvalho

A vida de Walter Elias Disney (1901 – 1966) caberia em um filme e tanto: Nasceu e passou a infância em uma fazenda no Missouri, sendo constantemente castigado por seu pai, um homem tão severo que durante um longo tempo Walt pensou ter sido adotado, até porque descobrir que não tinha certidão de nascimento. Mentiu sobre sua idade para poder ingressar na Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra, período em que conheceu Ray Kroc, o homem por trás da rede MacDonald’s. De volta à América tornou-se roteirista, dublador, desenhista, produtor cinematográfico, diretor, filantropo e o empreendedor que criou um mundo mágico, no maior dos parques temáticos que leva seu nome.

Tendo estudado na Kansas City Arts School, Disney fundou a empresa “Laugh-O-Gram” junto do irmão Roy e do amigo desenhista Ub Iwerks produzindo curtas animados, ganhando força ainda maior quando contratou a distribuidora M.J.Wrinkler. Criou os personagens Alice e Coelho Oswald, que fizeram sucesso mas lhe foram roubados pela M.J.Wrinkler. Disney recomeçou do zero, e impressionado com o sucesso do Gato Félix, resolveu dar vida a um simpático camundogo Mickey Mouse em 15 de maio de 1928, no curta “Plane Crazy“. Empolgado com as possibilidades do cinema sonoro, Disney resolveu dublar o personagem e o relançou no curta “Steamboat Willie” em 18 de novembro do mesmo ano. O curta de 7 minutos foi um sucesso e iniciou um negócio de sucesso em uma época em que os Estados Unidos amargaria em seguida os dias da Grande Depressão, levando à série “Silly Symphonies” que rendeu um Oscar de melhor curta de animação em 1932.

Sempre um homem de visão, Disney alimentou a ideia de realizar um longa metragem inteiramente animado, o que fez em 1937 com o lançamento de “Branca de Neve & os Sete Anões” (Snow White & The Seven Dwarfs), adaptado do clássico dos Irmãos Grimm, o primeiro a cores e o primeiro a iniciar a tradição das Princesas do estúdio. Logo vieram “Pinoquio” (1940), “Fantasia” (1940), “Dumbo” (1942) entre outros. Em 1941, o hoje lendário criador esteve no Brasil como parte do esforço de relacionamento diplomático no período da Segunda Guerra, visitou Copacabana, o Cassino da Urca e criou o “Zé Carioca” o papagaio malandro que se juntou ao Pato Donald na animação “Alô Amigos“, lançado no ano seguinte. Contudo, problemas financeiros no final da Segunda Guerra quase arruinaram a empresa, salva pelo sucesso de “Cinderela” (1950). No difícil período do MacCartismo Disney foi um ferrenho combatente do comunismo, tendo deposto várias vezes perante o Congresso Americano. Nesse meio tempo decidiu produzir filmes com atores e o primeiro foi “A Ilha do Tesouro” (Treasure Island), ainda em 1954, adaptando o clássico livro de aventuras de Robert L. Stevenson, seguido poucos anos depois do fabuloso “20000 Léguas Submarinas” (20000 Leagues Under the Sea) do livro de Jules Verne.

Disney em Copacabana

O sonho de Disney de interagir com o público e levar a fantasia de suas produções a todos foi concretizado quando fundou a “Disneyland” em 17 de junho de 1955, cuja construção foi pessoalmente supervisionada, com apoio da rede de tv ABC. Não demorou para que alnãoém do cinema, Disney produzisse filmes e séries para a Tv incluindo a bem sucedida série do “Zorro” (1957) estrelada por Guy Williams. Hoje vários brinquedos criados por ele se tornaram filmes de sucesso como “Piratas do Caribe” (Pirates of the Caribbean), “Tomorrowland” e “Jungle Cruise“, tendo o próprio Disney conduzido o barco original da atração pelo parque. Um ano antes de sua morte, Disney conquistou o sucesso com a adaptação de “Mary Poppins” (1965), depois de uma longa batalha para convencer P.L.Travers, a escritora da personagem que a princípio não se mostrava interessada na adaptação. O episódio gerou o filme “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” de 2013 vivido por Tom Hanks. O filme ainda deu o Oscar de melhor atriz para Julie Andrews, além do prêmio de melhor canção original. Disney aliás continua sendo até hoje um recordista de premiações com 22 vitórias e 59 indicações no Oscar. Sua morte em 15 de dezembro de 1966 por câncer foi o início de várias lendas urbanas em torno de seu nome, incluindo a história que Disney teria sido congelado. Seu legado ao mundo é o império hoje erguido em seu nome, com o sucesso da plataforma Disney Plus em todo o mundo, além de ser hoje a dona da Marvel e do acervo da 20th Century Fox. Não há dúvida de que sua vida é a prova da fabulosa letra da canção “When you wish upon a star” de “Pinoquio“, que diz “Quando você faz um pedido a uma estrela, não importa quem você seja, quando o desejo está em seu coração, nenhum pedido é impossível“. Ninguém sonhou tanto e concretizou tanto seus sonhos quanto Walt Disney, fazendo de seu nome sinônimo de fantasia e diversão.

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