CICLO DE NATAL: CRÔNICAS DE NATAL 1 e 2 (NETFLIX)

Por Adilson Carvalho

Um dos mais divertidos filmes de Natal a que assisti foi As Crônicas de Natal (2018) e sua sequência As Crônicas de Natal 2 (2020), que trazem Kurt Russel como Papai Noel. O primeiro filme traz os irmãos Kate (Darby Camp) e Teddy (Judah Lewis), orfãos de pai, que se empenham em flagrar a chegada de Papai Noel (Russell) mas acabam por causar um acidente com o trenó do Papai Noel e perdem os presentes. Assim decidem embarcar em uma noite alucinante para tentar salvar o Natal. O filme, dirigido por Clay Kaytis, consegue fazer um curioso paralelo entre o mundo adulto em um ambiente urbano, de crimes e cinismo com a fantasia representada por um Papai Noel de personalidade e atitude. A sequência do Noel na prisão é divertidíssima, com Kurt Russell cantando Santa Claus is Back in Town (1957) de Elvis Presley. O ator personificou o rei do rock na cinebiografia Elvis não Morreu (1979) de John Carpenter. O filme está todo recheado de momentos bem família dentro e fora das telas já que Oliver Hudson, que faz o pai falecido de Kate e Teddy, em cenas de flashback, é na vida real filho de Goldie Hawn, esposa de Kurt Russel. Tanto Oliver quanto a também atriz Kate Hudson, sempre consideraram Kurt, que está há 40 anos unido a Goldie, como seu pai. Os nomes dos filhos de Kate são usados como as crianças que fazem pedido a Papai Noel, e o personagem de Darby se chama Kate também.

A diversão continuou em As Crônicas de Natal Parte II (2020), agora nas mãos do diretor Chris Columbus (Esqueceram de Mim), que escreveu o roteiro com Matt Lieberman. A história se passa dois anos depois dos eventos do último filme. Kate Pierce (Darby Camp) é agora uma pré-adolescente cínica que está infeliz por passar o Natal em família em Cancún, no México, com sua mãe Claire (Kimberly Williams-Paisley), seu irmão Teddy (Judah Lewis), o novo namorado de sua mãe Bob (Tyrese Gibson), e seu filho Jack (Jahzir Bruno). O duende de Natal nefasto Belsnickel (Julian Dennison) que fugiu do Polo Norte e se transformou em humano quer destruir o Natal e se aproveita da rebeldia de Kate (Camp). O filme também adiciona à história uma participação maior da Mamãe Noel, entregue aos cuidados de Goldie Hawn (Clube das Solteironas). O filme continua tendo um foco na família, agora com um ritmo de aventura no estilo Goonies, com direito ao uso de uma linguagem própria para os elfos, criado pelo linguista David J. Peterson, que serviu de consultor para o filme. Na cena em que uma TV exibe o clássico A Felicidade não se Compra (1946), o filme está falado todo em linguagem dos elfos. Impossível não lembrar de Gremilins (1984) na sequência do ataque dos elfos malvados. Natural comparação esta já que foi Chris Columbus quem escreveu Gremilins. O filme ainda tem outros easter eggs guardados como a sequência do aeroporto em que uma mãe desesperada quer uma avião para Chicago, lembrando Catherine O’Hara em Esqueceram de Mim (1989). Os dois filmes são agradáveis de se ver, e deixam aquela vontade de um terceiro, que não aconteceu. Boa pedida assistir os dois , disponíveis na Netflix.

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