Por Adilson Carvalho

Apresentação: Já disseram que recordar é viver. André Monteiro fez disso sua paixão como autor do livro Baú da Ficção: Nos Tempos do Capitão Aza e criador do canal TV Clássicos. vamos falar de saudosismo, memórias de infância e do lançamento da TV Clássicos.

Adilson: Explica mais sobre o canal TV Clássicos. Quando estreia e o que teremos a nossa disposição ?

André: A estreia será dia 23 de dezembro, na antevéspera de Natal. O acesso será pelo site: www. tvclassicos.com. Provável que a plataforma Soultv.com.br também exiba , mas ainda não está certo. Teremos inclusive nos dias 24 e 25 terá uma programação especial de Natal.

Adilson: Como será a programação da TV Clássicos?

André: Serão exibidas , dentro da programação, todos os dias da semana .Onde cada dia terá um tema ( gênero) exemplo: Segunda-feira séries de Ficção, Terça Velho oeste , Quarta Comédia. Quinta Os Detetives, Sexta Super, Sábado Aventura e Domingo os melhores da semana estarão de volta , onde através de votação o público vai poder escolher os melhores da semana, que estarão de volta na programação de Domingo.

Adilson: Que séries famosas estarão na Tv Clássicos ?

André: Serão exibidas as series: Terra de Gigantes, O Túnel do Tempo, Baretta , I love Lucy, Perdidos no Espaço, A Feiticeira, Além da Imaginação, entre tantas outras. Desenhos clássicas também estarão na programação. De 10 as 12 desenhos e de 12 as 14 sessão Dueto, com Jeannie é um gênio e a Feiticeira, as 14 horas começa a sessão correspondente ao dia.

Adilson: Sabemos que o avanço da tecnologia e a maneira de se assistir filmes e séries mudaram com o público. Mas em sua opinião qual é o maior diferencial entre o público brasileiro e o público americano quando o assunto é saudosismo ?

André: Falar de televisão é importante, principalmente em um país que não cultua a memória. Se fizermos um paralelo com os Estados Unidos, lá eles tem o Museu da Televisão e do Rádio. No Brasil temos algumas iniciativas isoladas, mas que ainda não alcançam o público de maneira geral. Curioso porque somos mais saudosistas que os americanos, Eles só cultuam a memória do que eles produzem, enquanto nós – brasileiros – gostamos de séries japonesas, séries inglesas, americanas, mexicanas como Chaves.

Adilson: Entre os programas brasileiros tivemos Sitio do Pica Pau Amarelo, Shazam & Sherife, Armação Ilimitada entre outros. Quais as séries nacionais atuais que te chamaram a atenção? ?

André : Engraçado todo mundo pensa que o Sítio do Pica Pau Amarelo de 1977 foi a primeira versão da obra de Monteiro Lobato, mas na verdade foi a terceira. Já havia sido produzida uma pela TV Tupi nos anos 50 e outra pela TV Bandeirantes, nos anos 60. Curioso que quando a Globo fez um remake, ela não chamou nenhum ator do elenco original para fazer alguma participação. E em breve teremos uma nova versão talvez pelo SBT, segundo rumores, já que a obra do Monteiro está em domínio público. Tivemos também o Plim Plim – O Mágico do Papel e o Daniel Azulay que transformava a TV de fato em nossa babá eletrônica.

Adilson: Falando dos desenhos quais estão na sua lista de melhores?

André: Tudo da Hanna Barbera era muito bom. Os clássicos da HB tem uma vida própria. Não dá para dizer qual era melhor pois haviam vários gêneros como super herois (Space Ghost, Homem Pássaro), caçadores de fantasmas (Scooby Doo, Goober), ação makis adulta (Jonny Quest), humor (Zé Colmeia, Dom Pixote), sitcoms (Os Flintstones, Os Jetsons), era muita coisa.

Adilson: O filme que te mais ter medo?

André: O Planeta dos Macacos.

Adilson: O filme que te fez mais rir?

André: Os filmes dos Trapalhões, os Batutinhas, os curtas do Gordo & o Magro, que pouca gente sabe teve alguns desses curtas dublados só no Brasil.

Adilson: Qual era sua série número 1?

André: Os Batutinhas, que foi de 1922 a década de 40 e atravessou o período da depressão americana. Quando eu era criança, eu achava até que a série se passava no Brasil. Passava em um programa chamado Arco Íris, na Tv Educativa e passava no mesmo horário do Jornal Nacional. Marcou muita minha infância.