COLUMBIA 100: GILDA

Por Adilson Carvalho

Um dos maiores sucessos dos estúdios Columbia nos anos 40 foi um romance adúltero temperado com muita sensualidade e estrelado por uma das maiores estrelas do período. Gilda (1946), dirigido por Charles Vidor, trazia Rita Hayworth e Glenn Ford nos papeis principais. Foi o primeiro papel dramático dela, imprimindo definitivamente no imaginário popular sua imagem de mulher fatal. A figura de Rita, então aos 28 anos, chegou a ser pintada em uma bomba atômica, e usada em testes atômicos no atol de Bikini. Tudo bem apropriado aos planos do chefão Harry Cohn, que manipulou a carreira da atriz, e , se por um lado fez dela um ícone indelével da clássica Hollywood, por outro lado a aprisionou em um papel que atormentaria a atriz para toda vida. “Eles apaixonaram-se por Gilda e acordaram comigo“, dizia Rita.

Na história, Johnny Farrell (Ford) é um trapaceiro em jogos de cartas que tem sua vida salva por Ballin Mundson (George MacReady), dono de um famoso clube noturno em Buenos Aires que oculta um cassino, atividade proibida na Argentina da época, e Johnny é promovido a gerente. A amizade entre os dois, baseada na total falta de escrúpulos, é abalada quando Mundson regressa de viagem casado com Gilda (Rita Hayworth), com quem Johnny teve um caso no passado. É quando o antigo amor existente entre os dois é reascendido.

Apesar de rumores de que Rita Hayworth teria usado sua própria voz nas cenas de canto, mas d acordo com os extras do DVD, Hayworth nunca gravou a sua própria voz mesmo sendo uma talentosa sincronizadora labial. Anita Ellis dublou quase todas as suas canções neste filme. Hayworth sempre quis cantar sozinha, mas o chefão Harry Cohn nunca deixou – a usar a própria voz, embora tenha pago aulas de canto para a atriz que ficou amargurada com isso para o resto da sua vida. Gilda foi uma inspiração para a personagem de Jessica Rabbit em Uma Cilada para Roger Rabbit (1988). O filme foi brevemente exibido em Um Sonho de Liberdade (1994), que foi baseado na novela de Stephen KingRita Hayworth and the Shawshank Redemption“, ambos os quais usam um cartaz de Rita Hayworth como elemento cênico. Um marco sem dúvida da Columbia, o filme é um clássico mais pelo apelo de seus protagonistas do que por sua história, mas ainda assim um clássico.

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