ZORRO: OUTRAS PRODUÇÕES DO HERÓI

Por Adilson Carvalho

O sucesso da série Zorro no Prime Video é admirável, provando o charme e o apelo ainda hoje do herói mascarado criado por Johnston McCaulley em 1919. A série espanhola, que figura no Top 3 da plataforma, não é a primeira produção europeia do personagem a chegar ao público. Nos anos 60 vários filmes foram feitos, e alguns são bastante curiosos, se distanciando por completo da obra original, reinventando o herói em outro espaço e tempo, e sem a identidade de Don Diego. Vejamos algumas delas, não exibidas no cinemas brasileiros, mas que foram exibidos na TV, há mais de 40 anos.

Em 1963 temos As Três Espadas do Zorro (Las tres espadas del Zorro), produção hispano-italiana, dirigida por Ricardo Blasco,. Na California de 1830, um tirano devasta uma aldeia indígena, com um único sobrevivente, o menino Diego, que é criado por uma mulher juntamente com a filha desta, Marla. Dez anos mais tarde, Juan Ortiz (Guy Stockwell) é detido ferido pelos homens do governador depois de ter marcado o rosto deste com um Z. Por jsso, Juan passa cerca de quinze anos na cadeia, sendo exaltado pelo povo como o Zorro. Nesse tempo Diego retorna e assume o papel de Zorro, se apaixonando por Virginia (Gloria Milland), a noiva do governador. Depois que Diego também é preso, surge um terceiro herói mascarado forjando uma poderosa aliança com Diego e Juan para derribar o déspota. Dois anos depois Blasco dirigiu O Juramento do Zorro (El Zorro Cabalda Otra Vez), que reimagina o herói na California de 1847, durante a luta pela independência do México, se opondo ao General revolucionário Don Esteban (Jesus Puente). A identidade misteriosa do herói fica dividida entre o entomologista Marcel (José Rubio) e Patricio (Tony Russell), que se dirige ao Palácio do governador para assumir os deveres de mordomo.

De 1966 vem Zorro,o Destemido (Zorro, il ribelle), dirigido por Piero Pierotti, no qual Zorro tem como identidade secreta Don Ramiro (Renato Rossini), um fidalgo apaixonado pela bela Isabel (Dina de Santis), assediada pelo cruel Don Alvarez (Arturo Dominic), governador da fictícia provincia de Lucca. Em 1968, Franco Montemurro dirigiu Zorro contra o Império da Espada (Zorro alla corte d’Inghiliterra). A história transfere a aventura para uma ilha nas Bermudas onde o espadachim mascarado (Spyros Focas) planeja denunciar os desmandos do governador à Rainha Vitória na Inglaterra. Durante a luta revolucionária, Zorro se apaixona por Patrizia (Carol Wells), a protegida do malévolo Lorde Percy Moore (Massimo Corocci). Um dos mais curiosos destas produções é Zorro & Os Três Mosqueteiros (Zorro e i tre moschettieri) de Luigo Capuano, que traz o ex Tarzan Gordon Scott como o Zorro, um herói do século XIX, em um impossivel confronto com os três mosqueteiros de Alexandre Dumas, que teriam vivido no século XVII. Na história, durante a guerra entre a Espanha e a França, o Conde de Sevilla (Franco Fantasia), um traidor, finge libertar a prima do rei da Espanha, Isabella (José Greci), aprisioanada pelos franceses em um castelo. Na verdade trata-se de um acordo entre o Conde e o Cardeal Richelieu (Nerio Bernadi), em troca de segredos militares que permitirão aos franceses conquistar uma fortaleza espanhola. O plano leva ao confronto de Zorro com D’Artagnan (Nazzareno Zamperia), Athos (Roberto Risso), Porthos (Livio Lorenzon) e Aramis (Rossi Stuart), e eventualmente a uma aliança futura quando os mosqueteiros descobrem que foram enganados. Esta raridade está disponível no MUBI. Em 1975, o ator francês Alain Delon pediu para fazer um filme como Zorro, que veio a ser dirigido por Duccio Tessari. No Novo Mundo, Dom Diego de La Vega (Delon) encontra a província de Nueva Aragón sob o punho de ferro do corrupto Coronel Huerta (Stanley Baker) e jura fazer justiça sob o disfarce de um vingador mascarado. O duelo final do filme foi inspirado em Scaramouche (1952). Cada um desses uma reinterpretação e uma prova de que o público ama a marca do justiçeiro mascarado.

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